terça-feira, 17 de outubro de 2017

Mario Sales Buzzacchi fala do filme "Rubi" premiado no 10º Curta Cabo Frio.

Mario Sales - Faz parte da nova geração de cineastas
locais, de Cabo Frio.
Estudante de teatro no OFICENA, Mario é dessas pessoas que todos os dias tem algo pra dizer sobre sua inquietação artística. O cinema, no entanto, corre em suas veias. É um dos principais alvos de sua dedicação diária, talvez, por isso, "Rubi", um filme criado por uma equipe totalmente nova, tenha tido um resultado tão preciso.

Cine Mosquito - Como foi que surgiu tua paixão por Cinema?

Mario Sales Buzzacchi - Sempre tive um gosto e hábito de ir com muita frequência nos cinemas, mesmo sozinho, tinha costume de sair da escola ou do trabalho, quando morava no Rio de Janeiro, e ir pro cinema, acompanhado com o pessoal ou não! Principalmente depois que comecei a trabalhar, saía do trabalho e assistia duas até três sessões, sozinho, não perdia um filme.
Eu observo muito as coisas, aprendo vendo e conforme fui me enquadrando no teatro, percebi de que nada era impossível, bastava você querer e lutar por isso! Depois que conseguimos terminar as gravações de "Rubi", senti que muitos outros projetos surgiriam. Depois disso, e eles estão vindo!

CM - Quais os teus cineastas preferidos?

MSB - José Padilha, Fernando Meirelles, Kátia Lund, Martin Scorsese, Christopher Nolan, Steven Spielberg, Quentin  Tarantino, Peter Jackson, Alfred Hitchcock, James Cameron, George Lucas, Clint Eastwood, Charles Chaplin.

CM - Como você tem vivido a rotina de lidar com cinema em Cabo Frio você já fez muitos filmes? Ajudou a fazer outros? Conta como é isso.

MSB - A rotina é bem difícil quando você junta uma equipe, cada um tem sua agenda e seus horários diferentes, não são pessoas com e somente aquela função de fazer filmes, são pessoas normais, que possuem seus empregos, suas famílias, suas rotinas, e nos horários livres, nos unimos e botamos a mão na massa! 
Eu Dirigi/Produzi/Atuei em RUBI ao lado do meu grande amigo, que acreditou em mim desde o começo, Rodrigo Cintra, depois fiz outras direções na Veiga de Almeida, projetos rápidos, "O Hediondo", "A Família Awdrey". Também fiz por fora, gravações de "Nego Preto", com Paulo Mota, Fernanda Rigon e Gustavo Vieira. Na Cabo Frio TV canal 10 fiz "To Plutona", "Dois corpos em Um movimento", e agora estou pra ser o diretor e câmera do programa "ABAFA O CASO" com Dandara Melo apresentadora e Marcos Souza editor.
Dirigi e adaptei o roteiro de "A Festa" com Jean Monteiro, participação especial, Jiddu Saldanha, outro curta que está pra chegar com tudo!

CM - Como é, para você, ser premiado num festival que já revelou tanta gente de sucesso no cinema brasileiro?

MSB - Meu sonho era simplesmente conseguir inscrever o "Rubi" e fazer ele tocar no Telão para o público ver, sem expectativa nenhuma, meu objetivo mesmo era reproduzir ele, depois que consegui isso, já me dei por satisfeito e estava super feliz. Quando fui acompanhar a premiação, de vários e grandiosos filmes, fui surpreendido quando o nome "Rubi" foi mencionado, mais que Imediatamente puxei o Rodrigo para ir na frente, falar no microfone ao meu lado, nosso "filho" sendo premiado, foi a realização de um sonho que nunca tive!

Mario Sales Buzzacchi, "Rubi" direção, atuação, montagem e produpção - Prêmio de Melhor Curta Cabo Frio - 2017
Foto: Jidduks

CM - Conte como foi o processo de "Rubi", qual foi o maior desafio no set; qual a história por trás de Rubi?

MSB - Um filme que nos deu muito trabalho pois não tínhamos absolutamente nada, sem patrocínio, sem equipe, nada. Era eu e Rodrigo organizando tudo, locação, roteiro, e quando descobri que ele tinha uma câmera, a felicidade foi sem igual, juntamos o elenco, fiz uma preparação nas atrizes: Ludmila Galván e Dandara Melo e, assim, começamos as gravações. Debaixo de chuva, com fome, esquecendo lente da câmera em Araruama, e ai vai, uma experiência sem igual, onde aprendemos muito.

CM - Como estão teus projetos, você pretende se dedicar ao cinema?

MSB -  Os projetos estão organizados, realizando um por um, sem pressa, pra fazer bem feito cada um, Sim, pretendo me dedicar ao cinema, seja dirigindo, atuando, produzindo, qualquer coisa relacionada aos grandes telões eu estou ai!!!

CM - O que você acha do Cine Mosquito, em que o Cine Clube contribuiu para a sua vida como cineasta?

MSB - Cine Mosquito, a única palavra é gratidão.  Me motivou, e eu acompanho desde que ele era na Casa Scliar. Não consigo comparecer em todos pois tenho trabalhos por fora que me prendem, mas super indico para todos, e sempre que possível eu apareço la. Um cineclube incrível. contribuiu não só com a minha vida, mas sim com a de muitos, e laços foram feitos graças ao Cine Mosquito!

CM - Quem é Mário Sales por Mário Sales?

CM - Quem sou eu? Quem é Mario Sales Buzzacchi? Sou só uma pessoa que se entrega de coração por tudo, e se for recíproco, terá minha amizade e minha confiança, dou meu melhor em tudo, iniciativa, e incentivo os demais a fazerem seus sonhos também. Se quiser saber mais, venha me conhecer, amo conversar!


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Rodrigo Cintra fala sobre a premiação de "Rubi" no 10º Curta Cabo Frio e a Atividade Cineclubista na cidade!

Rodrigo Cintra tem um olhar vibrante para a arte do audiovisual. Desde que o "ConheCinema", cine clube na UVA (Uiniversidade Veiga de Almeida), fundado a um ano atrás. A atividade cineclubista ganhou grande visibilidade na região, rompendo, em Cabo Frio, com a solidão do "Cine Mosquito". Poder dialogar e aprender com alguém que leva a atividade a sério, é uma grande oportunidade para todos nós.
No recente "10º Curta Cabo Frio", Rodrigo foi surpreendido ao ver o filme de Mario Sales Buzzacchi, "Rubi" ser premiado. Ele participou da criação do roteiro, criado a partir de um texto teatral de Nathally Amariá, no NUDRA - Núcleo de Dramaturgia Livre.



ENTREVISTA COM RODRIGO CINTRA

Cine Mosquito - Como foi que começou sua paixão por Cinema?

Rodrigo Cintra - Boa pergunta! Estou, aqui, buscando na minha memória algum momento que tenha sido o gatilho para me envolver de forma mais incisiva com o cinema. Porém, acho que alguma resposta nesse sentido acabaria com toda a magia do cinema enquanto cinema. Penso que minha paixão pela sétima arte começou como deve acontecer com muitas pessoas, pela infância: consumindo cinema, indo às salas de exibição ou ligando as TVs. Cinema é uma forma de emergir em outro universo, seja assistindo-lhe ou gravando.

CM - Qual a sensação de ganhar um prêmio num festival de cinema tão importante como o de Cabo Frio, que já está na sua décima edição?

RC - É incrível! Eu vou a esse festival há pelo menos 5 anos, meia década de romance e paixão com o Curta Cabo Frio. Recordo-me que, na edição anterior, fiz uma oficina de roteiro oferecida pelo festival em parceria com o IFF e o Cinema Possível, com o professor Bruno Pereira. Por isso, poder assistir à "Rubi", do Mário Salles e que ajudei a escrever o roteiro, nesse festival me contagiou com uma doce e vibrante alegria, o prêmio foi a cereja no bolo. E assim encerrou-se o último dia de Curta Cabo Frio: uma cereja.
É incrível ter um filme seu ganhando algum prêmio entre tantos filmes fantásticos, gratificante demais!

CM - Como você percebe o cineclubismo, hoje, na região dos lagos?

RC - De antemão, digo que cineclubismo é uma ação de resistência total. Penso que quem faz cineclube quer dizer algo a alguém, por isso o faz. Infelizmente, ainda, essa voz não chega a tantos ouvidos e olhos audiovisuais quanto eu gostaria. Eu tenho olhado muito para o cineclubismo em Cabo Frio, e acho que o "ConheCinema" e "Cine Mosquito" têm mantido um trabalho contínuo de qualidade e muito criativo com um público crescente. Além do mais, existem outros trabalhos super bacanas no "Cine Scliar", "MART" e "Charitas".
Olhando para fora de Cabo Frio, há também ações cineclubistas como "Tijolo Cineclube" em Araruama, "Búzios Cine Clube" em Búzios e "Filmes Ociosos" em São Pedro da Aldeia. Infelizmente não há uma divulgação forte da agenda cultural na Região, o que salva os cineclubes - e outros eventos artísticos também- é a internet. O "ConheCinema", por exemplo, tem buscado um bom engajamento digital na sua página do Facebook e tem tido a oportunidade de aparecer consideravelmente nos jornais locais, isso me dá mais esperança de que ainda existe um lugar ao sol para o cineclubismo.

Conhecinema, um ano de atividade e muita história bonita pra contar. É o cineclubismo crescendo cada vez mais,
em Cabo Frio, Rodrigo Cintra é um dos criadores desta história tão bonita.
CM - Quais seus filmes preferidos, o que você recomenda?

RC - Acho que recomendo todos os meus prediletos, hahahaha. Gosto muito do filme "O Quinto Selo", de Zoltán Fábri, esse filme é sempre o primeiro que me vem em mente após esse tipo de pergunta. Sugiro muito fortemente a você, leitor, assistir aos filmes: "A Raiva", de Mathieu Kassovitz; "Sangue Francês", de Diastème, "Isália", de Marcelo Tosta; "A Onda", de Dennis Gansel; "Crime de Honra - Ensaio Para Intolerantes", de Vinicius de Oliveira. Existe muito mais filmes incríveis, mas em um top 6, eu diria esses. Acho que são filmes, em conjunto, interessantes para refletir sobre a vida, o como companheirismo, intolerância e raiva podem habitar o mesmo espaço ou até momento..

CM - Na tua opinião, o que você acha que falta, para o audiovisual decolar, em nossa Região.

Ao lado de amigos de sua geração, Cintra sempre está onde
o cinema se faz presente.
RC - Penso que as coisas só estão fluindo porque estamos produzindo e exibindo. Mas acredito que, para decolar, é preciso uma série de medidas, o Sistema Nacional de Cultura com certeza seria uma delas. A Região precisa de incentivo público para o crescimento da produção e exibição cinematográfica. Outro problema é o pouco consumo de audiovisual na Região dos Lagos, por causa da escassa divulgação sobre os eventos. Falta a grande mídia local noticiar devidamente à cena audiovisual. É preciso que os jornais e os sites das prefeituras falem devidamente desses eventos nas cidades.

CM - Quais seus projetos futuros?


RC - Estou prestes a produzir trabalhos bem legais pelos próximos meses. Recentemente, recebi o convide para dar aulas de fotografia e audiovisual com outros membros do ConheCinema aos alunos da rede pública de ensino em uma parceria da prefeitura de Cabo Frio com a Universidade Veiga de Almeida. Esses dois minicursos estão previstos para início de novembro. Também tenho trabalhado na finalização do filme que dirigi no curso Mergulho Cinematográfico que fiz neste ano. Estou em um momento de escrever e gravar novas coisas, como ficção e documentário, além de desengavetar roteiros antigos. Espero que algum filme desse vá para o próximo Curta Cabo Frio.


CM - Fale um pouco da tua experiência na oficina "Mergulho Cinematográfico" com Paulo Mainhard e Manu Castilho.


RC - Manu Castilho e Paulo Mainhard são mentes cinéfilas gigantes. Fazer um curso ministrado por eles foi um grande compartilhamento de experiências. A oficina me ajudou demais o meu amadurecimento cinematográfico. Aprendi muito com os alunos também, foi uma relação de troca linda! Paulo e Manu são bem apaixonados por cinema e passavam isso para mim dando tantas referências e técnicas. O que mais me motivou no curso foi eu me descobrir como diretor, o filme produzido foi o meu primeiro trabalho nesse sentido. Operar a câmera e pensar de forma mais séria em aspectos da fotografia, visto que utilizamos a técnica 'noite americana', foi muito legal. Fazer o dia parecer noite, apesar de parecer simples, é algo maravilhoso. Realizar esse curso com Mario Sales e Amanda Percut foi uma experiência super gostosa. Trabalhar com Mario é sempre ótimo! Nesse filme que dirigi, ele trabalhou como ator e a minha namorada ficou na direção de arte. Espero que a gente produza mais em breve.

(Jiddu Saldanha - Blogueiro)


domingo, 15 de outubro de 2017

Vinicius de Oliveira - Prêmio de Melhor Direção no 10º Curta Cabo Frio - 2017.

Sem dúvida que um dos pontos altos do festival Curta Cabo Frio é a curadoria, a assertividade em escolha de filmes, o melhor da produção nacional e internacional: Quem não lembra dos inesquecíveis "Satori Uso" de Rodrigo Grota, ou o incrível "Amor Bassura", um filme  paraguaio; lembro que estava junto com a Bárbara Morais, hoje montadora de filmes. Ficamos encantados ao ver um filme tão singelo. Foi a primeira vez que vi um filme paraguaio, tempos depois, o filme "7 Caixas" da dupla Maneglia-Schembori, me encantou e me ver o cinema latino americano com outro olhar. O papel exercido pela curadoria de um festival é fundamental na formação do "cinéfilo de carteirinha".
Até agora foram 10 edições do Festival Curta Cabo Frio com uma média de 700 filmes exibidos em 10 anos. Ufa... Este ano, 2017, tivemos o mais austero de todos, devido à total contenção de verbas, mas, apesar de todas as dificuldades, mais uma vez vimos que a curadoria é a alma de um bom festival. Nos dias que se seguiram as mostras, tanto na  Casa Scliar, como no Charitas, mobilizou parte da juventude cinéfila de Cabo Frio.

"Crime de Honra - Ensaio para Intolerantes" - de Vinícius de Oliveira,
prêmio de melhor direção no 10º Curta Cabo Frio.
Uma grata surpresa, este ano, entre tantos outros filmes, foi o curta "Crime de Honra - Ensaio para Intolerantes",  de Vinicius de Oliveira, que faturou o prêmio de Melhor Direção , um dos mais importantes prêmios cinematográficos, conferido a um realizador. Um prêmio merecido para um filme que, além de contar com ótimo elenco, tem um roteiro ágil e garante um clima sufocante a cada momento, a ótima montagem é bem criativa e se garante do começo ao fim. 
A história tem engajamento politico, já que fala do machismo arraigado na sociedade brasileira, a partir de um grupo de amigos "pegadores" que saem para curtir a noite paulistana, com muita bebida, diversão e sexo. O desdobramento é uma paulada na sensibilidade do expectador. O filme mexe com o coração do público, finalizando com aquele silêncio que deixa todo mundo apreensivo. Logo após a exibição e a tensão vivida, foi bonito ver o público explodir numa chuva de aplausos, consagrando um filme que está, ainda, no seu começo de caminhada.


Vinícius de Oliveira, diretor do filme "Crime de Honra - Ensaio para Intolerantes",
prêmio de melhor diretor no "10º Curta Cabo Frio - 2017.

Vinícius de Oliveira, uma trajetória de Sucesso.

Quem conhece Vinícius de Oliveira, sabe de sua paixão pelo Cinema Nacional. Seu nome começou a surgir quando ele fez o inesquecível "Central do Brasil" de Walter Salles, 1998, filme premiadíssimo em que ele contracena com a poderosa Fernanda Montenegro. Vinícius dá um show neste filme, e entra para o panteão de atores mirins que encantaram o Brasil. O impacto da sua presença no cinema nacional lhe rendeu, só pode ser comparado ao "Pixote - A Lei do Mais Fraco" de Hector Babenco, e que consagrou o ator mirim, eterno, do cinema brasileiro: Fernando Ramos da Silva.
Três anos depois de Central do Brasil, Vinícius brilhou noutro filmaço de Walter Salles, "Abril Despedaçado", onde contracena com feras do cinema nacional como José Dummont e Rodrigo Santoro. Já em 2008, ele reaparece, adulto, no filme "Linha de Passe", de Daniela Thomas e Walter Salles, desta vez, o ator mirim carismático, abre espaço para o adulto consciente e sensível, numa história que arrebatou corações no festival de Cannes. Vinícius nunca parou de filmar, nasceu para fazer cinema, é, sem dúvida, um dos fortes nomes do cinema nacional do momento e, agora, ele é também, diretor e seu filme "Crime de Honra - Ensaio para Intolerantes". O filme traz um cineasta engajado nas questões nacionais, mostrando a fúria do machismo brasileiro. Vale conferir.

(Jiddu Saldanha - Blogueiro)

Lucas Muller - Prêmio Especial do Juri - Curta Cabo Frio.

Lucas Muller - Filmes que circulam festivais nacionais e
internacionais...
Lucas vem fazendo uma trajetória incrível no cinema local, nacional e internacional. Seus filmes viajam o mundo, seu trabalho é eminentemente profissional. Em Cabo Frio, lucas passou por toda a cadeia produtiva do audiovisual local até chegar à sua própria visão de cinema. Onde tiver projeção em alguma telinha ou telona, pela cidade, de algum modo, ele se fará presente, ou porque tem algum filme passando, ou porque está lá, convidado para bater um papo com a molecada que que curte cinematografia. Será sempre o cara que vai estimular, ajudar a coisa a acontecer e, mais do que isso, se um trabalho seu estiver na programação, certamente, será um trabalho que irá arrebatar o público.
Na cerimônia de premiação deste ano, no Curta Cabo Frio, Lucas levou o prêmio especial do Júri, por um trabalho bem interessante. Seu filme sobre o Cineasta Gerson Tavares, primeiro a rodar um longa metragem em Cabo Frio, é um filme sensível, que capta a essência, a simplicidade e erudição do cineasta, que está com 90 anos de idade. O filme "Antes, o Inverno", é feito de silêncios e palavras. Tem uma edição simples e uma câmera austera, é como se a própria arte em si, evitasse ostentação, para que a personagem seja exposta em todo seu esplendor. Lucas consegue. Ele mostra pra gente, um Gerson Tavares completamente despojado, focado e integrado na paixão do fazer em si.


Prêmio especial do Júri pelo filme "Antes, O Inverno", no décimo festival
Curta Cabo Frio - 2017.
Todos os anos, Lucas prestigia e valoriza o festival de cinema de Cabo Frio e, a cada ano, a gente encontra nele uma profissional que vai amadurecendo, buscando cada vez mais sua linguagem, trabalhando duro para construir sua obra. É por isso que, vê-lo ganhar um prêmio é sempre sentir que algo certo ocorreu, o prêmio, se não resolve a vida de um cineasta, ao menos o coloca em rota de entusiasmo para produzir seus novos trabalhos. Certamente, este nosso Lucas Muller, fará muitos novos filmes ainda, para nosso deleite estético e, também, para a provocação de nossa sensibilidade em relação a novas descobertas, mesmo que elas, estejam tão perto de nós, mas e preciso dele, para que possamos realmente ver, com os olhos de um cineasta.


Premiação local do Curta Cabo Frio - "Rubi" é aclamado.


Ao Lado de Milton Alencar, Wallace Matheus é saudado
como destaque dos iniciantes do cinema local.
Receber um prêmio do Curta Cabo Fio, não é pouca coisa, considerando a tradição do festival, que já está em sua 10ª Edição e que atrai a atenção do Brasil inteiro. Este ano, em função da crise pelo qual o país passa, o festival foi austero, discreto, mas não perdeu seu charme. Nossa vontade é de explanar a premiação aqui, mas não temos esse direito, já que o festival tem sua própria assessoria e que levará a público no tempo certo, o resultado. 
Aproveitando pra dizer que, na fala de Milton Alencar: "foram 146 filmes inscritos dos quais, 70 selecionados pela curadoria. A premiação vem com parte de um grande esforço que envolve toda a equipe de um festival que não é fácil de organizar. 
A nós, expectadores e apaixonados por cinema, cabe viver o "glamour possível" deste momento singular para a cultura local. Bom ver que gente grossa do cinema nacional, passaram por este festival e melhor ainda é saber que ser premiado num contexto desses é pra nos encher de orgulho, sem qualquer falsa modéstia.
Segue abaixo algumas fotos de celular que tirei despretensiosamente, apenas com o intuito de congratular-me com a equipe do filme "Rubi", que tem praticamente todos os participantes, oriundos do OFICENA - Curso Livre de Teatro do Teatro Municipal de Cabo Frio. Um curso que, além de dedicar-se ao teatro, sempre valorizou o interesse dos alunos pelo cinema e hoje, uma geração de jovens apaixonados por Cinema, foram reconhecidos pelo Festival de Cinema local e isto confere um forte valor artístico ao compromisso de orientar a juventude para as artes cênicas.

Um texto teatral escrito por Nathally Amariá, em 2013 transforma-se em
roteiro de Mario Salles e Rodrigo Cintra e recebe o prêmio de melhor filme
de Cabo Frio em 2017.
Realizadores, premiados e entusiastas do cinema, ao lado de Milton Alencar Jr. Cineasta que exerce grande influência sobre
a produção audiovisual e formação de jovens na área de cinema brasileiro.

10 anos de história pra contar.

Ver a empolgação e energia positiva entre os jovens e adultos tanto na plateia, como no palco e na tela, enche de esperança e fé no futuro do cinema local. A partir de gestos que, mesmo num contexto de crise, num território de constantes embates políticos, a arte vence em todos os quesitos e, num momento assim, não existem inimigos. Apenas sonhadores que buscam o melhor para o mundo da arte que é o que a arte mais precisa, no momento.. O cinema local segue produzindo novos frutos para transformar Cabo Frio num celeiro de produção audiovisual para o Brasil e o mundo. Que venham outros festivais, que o Curta Cabo Frio tenha vida longa!


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Festival Curta Cabo Frio, ressurge vigoroso e com a casa Scliar lotada!

Jovens do Oficena explicam para o público seu processo criativo no filme
"To Plutona" de Dandara Melo. 
Certamente Cabo Frio tem muito que se orgulhar de seu festival de cinema, foi muito bonito ver a Casa Scliar lotada, com uma excelente curadoria por parte do festival. A presença do cineasta Vinícius de Oliveira, direto de São Paulo e o encontro de gente de peso local, como o fotógrafo Marcos Homem, o cineasta Lucas Muller, o cineclubista Rodrigo Cintra e o professor e diretor de teatro Italo Luiz Moreira, do Oficena. Quietinha e sutil, como sempre, a produtora Karen Varella, verificando para se estava tudo funcionando.
Antes da sessão das 19h começar, uma fala dos realizadores e artistas envolvidos nos filmes de Cabo Frio e de Sao Paulo. Ouvir Lucas Muller, com seu novo filme, uma singela homenagem ao cineasta Gerson Tavares, foi de uma grande poesia e nostalgia, uma ode ao cinema. Em seguida, o entusiasmo de Dandara Melo, estreando dois filmes na noite: "Rubi", de Mario Sales, adaptado de um texto teatral de Nathally Amariá e "To Plutona" de Dandara Melo, uma realização da Cabo Frio TV, com uma montagem surpreendente, que, aliás, fez uma verdadeira licença poética aos filmes de ficção científica da década 50, no melhor estilo Flash Gordon!
O Ator Vinícius de Oliveira, famoso por viver o menino Josué, em "Central
 do Brasil" é também, cineasta. Veio de São Paulo ver a estréia de seu
filme "Crime de Honra - Ensaio para Intolerantes",
O entusiasmo, o prazer e a alegria de ver bom cinema, num festival que é a cara da cidade! Contra todos os indicadores de crise, o Curta Cabo Frio, resolveu abrir as portas, mesmo a toque de caixa, e não faltou incentivo dos cinéfilos da cidade. Todos estávamos ávidos para ver filmes. Entrar numa sala do nível que é a "Nelson Pereira dos Santos", para viver o mergulho na sétima arte, foi um coice no coração. Algo que jamais iremos esquecer.
Ao final de tudo, Milton Alencar, dá um "grito" pela liberdade de expressão, condena a censura, que hoje, toma conta das artes brasileira, através de políticas reacionárias e conservadoras, que tentam estancar o fluxo de nossa memória. Os jovens, presentes na sala, reconheceram a gravidade do momento, e comungaram deste grande libelo pela liberdade, trocando energias e focando, com muito amor, na mostra do dia 10 de Outubro que, sem dúvida, ficará para a história do cinema de Cabo Frio.


domingo, 8 de outubro de 2017

Vitor Pires apresentará a 3ª Mostra Afro de Cinema, na agenda do festival Curta Cabo Frio.

Vitor Pires fotografado por Jonas Valentim.
Jovem jornalista, empreendedor e ator, conectado com as questões afrodescendentes, da Ragião dos Lagos, Vitor Pires exibe elegância e argumentos convincentes para falar do assunto, além, claro, de ser um ótimo ouvinte, já que é preciso muita habilidade para lidar com um tema tão polêmico e que, em alguns ambientes, ainda é tabu. Mas Vitor tira de letra qualquer insulto, nunca perde as "estribeiras" com o interlocutor e, como quem domina o assunto, vai nos levando a um oceano de reflexões. Talvez, por exibir estas qualidades, ele tenha sido escolhido para apresentador da "3ª Mostra Afro de Cinema", além, claro, de conhecer o assunto. Vitor tem orgulho de dizer que é negro de alma negra! Aproveitamos para fazer esta entrevista rápida, a fim de conhecê-lo um pouco mais.

ENTREVISTA DO CINE MOSQUITO COM VITOR PIRES - 2017

Cine Mosquito - Fale um pouco da sua vida profissional e objetivos de caminhada!

Vitor Pires: Sou Jornalista, apresentador, Ativista, micro empresário e Ator. Todas as minhas atividades como profissional e artista sempre foram com um cunho social. Sempre teve um propósito além. Em minha vida toda utilizo minha voz em prol dos meus, pra levantar questões importantes, que defendo e acredito; lutando contra o racismo,  empoderando e de alguma forma tentando trazer consciência e poder para o povo preto. Incentivando outros jovens negros a sonhar e acreditar no seu sonho.

CM - Fale um pouco da tua participação na primeira Cia. de Teatro, com artistas pretos da nossa região, quais as expectativas futuras?

Vitor Pires - Preparativos para apresentar a 3ª Mostra Afro de Cinema, no
10° Curta Cabo Frio - Foto: Jonas Valentim.
VP: Tem sido uma experiência incrível, aprender, desenvolver e me fortalecer, como artista e homem negro. A CIA criou um vinculo muito forte e isso tem refletido no processo. É algo maior que nos une. E eu digo no coletivo porque só consigo enxergar assim; UBUNTU, eu sou porque nós somos.  A luta não é individual, é no coletivo. Somos gratos ao professor Ítalo Luiz Moreira, pela oportunidade, pelo presente. Com o gás, a vontade de aprender, companheirismo que estamos, o céu é o limite!

CM - Você vai apresentar a Terceira Mostra Afro de Cinema, na agenda do Festival Curta Cabo Frio, fale um pouco da sua expectativa em relação a esta experiência.

VP: Foi uma surpresa! É o fruto de um trabalho que estamos construindo. É gratificante, me sinto honrado. Porém não quero fazer isso sozinho, quero que outros jovens negros tenham voz também. Por isso vamos fazer uma intervenção cultural durante o evento com artistas negros locais, desenvolvendo suas respectivas artes. Acredito no "nós por nós", "um sobe e puxa o outro".

CM - O que você recomenda para os jovens negros ou não, de sua geração, para formar um consciência e empoderamento face à sociedade de hoje em dia?

VP - Conhecer a sua história.  Estudar. Avançar o máximo que puder, sem esquecer o ponto de partida. De onde viemos. O seu lugar é onde você quiser está!


CM - Quem é Vitor Pires por Vitor Pires?
VP - A esperança dos meus antepassados!

(Jiddu Saldanha - Blogueiro)




10° Curta Cabo Frio, na Casa Scliar! Será inesquecivel...

Com casa Lotada, o Festival de Cinema de 2015, deixou saudade. Agora, em 
2017, um novo espaço exclusivo para o 10° Festival Curta Cabo Frio.
Quando conheci a sala Nelson Pereira dos Santos, na Casa Scliar, fiquei impressionado com a "sacação" do lugar. Criar um cinema com todas as características para abrigar o melhor da produção audiovisual da cidade e de fora. 
Mas a gente sabe o quão difícil é mantar um espaço com aquelas condições, entretanto, uma notícia muito boa, saber que o Festival de Cinema será numa sala charmosa, com lugares suficientes para agregar um festival muito bonito, discreto e focado no que é mais importante, a produção de cinema.
Parabéns aos realizadores. Sempre achei que o festival deveria acontecer sempre naquela sala e, no teatro municipal, apenas a abertura e o encerramento. Mas também entendo que tudo pode gerar custo além do possível.

Um festival de Cinema que já teve 09 edições, resistência da arte
Por isso estamos felizes de saber que nosso festival não morreu, e volta com uma energia renovada e uma geração de jovens que querem estar na paisagem artística do cinema local, conhecendo o melhor da produção nacional alternativa ou não, mas sempre presente como parte integrada do fazer artístico, independentemente de qualquer coisa.
O festival de Cinema traz energias renovadas, estimula a produção e une a juventude no entorno criativo de uma arte que faz do Brasil, o sétimo produtor mundial. Isso mesmo, com todas as nossas dificuldades, ocupamos a posição de número 7 no ranking cinematográfico mundial. E Cabo Frio, cidade incrível, com belos cenários e que nos deu nomes como Marcelo Pegado, Lucas Muller, Bárbara Morais e Paulo Mainhard, não poderia ficar de fora como rota obrigatória do cinema mundial. 

VEJA A PROGRAMAÇÃO E VEJA MUITO CINEMA!


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Varal do Beijo - 3 anos de Cine Mosquito!

São 3 anos de muita arte no Varal do Beijo, ideia e execução da estudante de artes visuais Nathally Amariá que, desde 2014 ocupou um espaço importante no Cine Mosquito, para expor obras de arte de artistas de Cabo Frio e Região dos Lagos. Mais do que isso, Nathally foi além e estabeleceu uma rede contato alguns nomes fortes, das artes local. 
No início era um trabalho de convencimento, hoje em dia, no entanto, o Varal do Beijo se consolidou e já mostrou para o público uma gama de trabalhos de profissionais que estão no mercado, de diversas formas, da fotografia ao design gráfico, da pintura ao desenho, tanto conceitual como acadêmico, sem preconceito mas com muita entrega, descoberta e investigação do que rola de melhor, na cidade e região.

Mostra Xavante no Cine Mosquito - A tradição do cinema indígena!

Há 10 anos atrás se falássemos de cinema indígena, a primeira coisa a se fazer era recorrer ao velho acervo da Funai e ver aquelas imagens dos índios, ganhando facão e utensílios de plástico de presente. Ninguém sabia qual era a nacionalidade dos aborígenes, tudo parecia genérico. Índio era índio e pronto. Agora, tudo mudou. Pelo menos para o Cine Mosquito. Nossa "Segunda Mostra Especial Xavante - Filme Indígena" é resultado de muita persistência em mostrar para o público de todas as idades de Cabo Frio, o que acontece no mundo audiovisual indígena.
Hoje temos orgulho de dizer que, após 3 anos consecutivos de exibição do melhor da produção realizada dentro das aldeias e com cineastas de diversas origens e línguas diferentes as mostras do Cine Mosquito tornaram-se obrigatórias em Cabo Frio.  Muito bom criar uma tradição que enriquece nossa identidade a cada dia. 
Venha curtir o cinema indígena no Cine Mosquito. Você vai se identificar.


(Jiddu Sadanha)
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