terça-feira, 7 de abril de 2009

Vicentini Gomez – São Paulo

Vicentini Gomez é de Presidente Prudente, interior de São Paulo. Ele escolheu viver e exercer sua vida artística na grande São Paulo, hoje, cenário de sua produção e criação artística. Vicentini é uma referência de múltiplas linguagens artísticas. Sendo mímico respeitado e ator consagrado, seu trabalho em TV já é conhecido de nós brasileiros. Atualmente, também cineasta, Vicentini avisa que sua produção,vai bem, obrigado!
Vamos conhecer mais sobre este artista que, em breve, terá seus curtas exibidos no Cine Mosquito além de participação especial na mostra "Cinema Possível no Meio do Mundo" da Universidade Estadual do Amapá.





CINE MOSQUITO - Vicentini, quero te fazer uma pergunta diferente: Todos nós temos um cinema que nos marcou na infância, como naquele filme do Tornatore, “Cinema Paradiso”. Qual foi o teu cinema de infância?
Dá pra você traçar um breve retrato para nós dessa lembrança?


VICENTINI GOMES - A minha infância foi um pouco diferente de muitos de nossa área. Meu Pai era agricultor, e foi um dos desbravadores do norte do Paraná. Foi um dos primeiros cultivadores de “hortelã industrial” do Brasil. Então, vivi até os sete anos de minha vida na roça. Quando completei os sete anos fui estudar em Londrina, no Paraná, onde tive meu primeiro contato com o teatro, um evento de páscoa, a Professora, Dona Cecília, montou um espetáculo e me convidou pra participar. No ano seguinte fui estudar em Presidente Prudente, minha terra natal, e lá, sempre no primeiro domingo do mês, tinha uma matinée infantil. Lá encontrava os amigos, trocava gibis e assistia aos filmes da época. Então, o cine Presidente foi o marco de minha vida na sétima arte.

CM - Sendo um mímico respeitado e conhecido dos brasileiros, você vê interface desta arte com o cinema?

VG - Acho pequeno dividir o potencial das artes. Os campos são ilimitados e estão interligados pelas ações, pela emoção, pela beleza, pela prosa, pelas idéias...

CM – O Vicentini ator é conhecido de todos nós pelos espetáculos que fizeram história em São Paulo “Confidências de Um Espermatozóide Careca” é sempre lembrado, “Picardias do Picadeiro” viajou mundo... Mas você também é conhecido no âmbito do audiovisual, conte um pouco dessa história.

VG - Minha principal formação é direção. Então, a partir desta visão comecei a me entender como ator, depois conheci Ricardo Bandeira que me influenciou grandemente. Depois Bárbara Caster, me fez compreender a amplitude do corpo. Assim, mesclei a mímica clássica com o clown. Enfrentei o preconceito da época sobre as “coisas de palhacinho” e hoje, percebo que fui o precursor de muita coisa no Brasil. Mesmo o “Confidências de um espermatozóide careca”, que ficou doze anos em cartas, e que agora retomo em carreira, juntamente com outros humoristas da época, foi a plataforma dessa moçada que ta fazendo “stand-up”.
Como ator, fiz diversas incursões na televisão, sobretudo na TV Globo, onde representei personagens significativos como “Graça Aranha” em Um Só Coração e “Dom Cornélio” agora recentemente em Malhação, sem esquecer o “mímico” de Kananga do Japão, que funcionava como uma espécie de memória psicológica do personagem representado por Christiane Torloni e o divertido Domingos de Picara Sonhadora, no SBT.
Em 2000 redirecionei a minha vida para o áudio-visual, produzindo filmes curta-metragens, como “O Rio da Minha Terra”, “Paura”, “Sindromãnica!” e “Juqueriquere”, que ganharam diversos prêmios, inclusive internacionais. Agora estou empenhado em documentários científicos como a série “ConsCiência na Cultura”, veiculado pela TV Cultura de São Paulo, e filmes históricos, como o que acabei de produzir: Um épico: “Porto Das Monções”, sobre a história da cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, marco do povoamento do Oeste Brasileiro.
Está em fase de finalização o filme “Os Caminhos de Sorocaba” um docudrama para Crianças, com linguagem mista, representado por atores mirins, atores e desenho animado em 3D.

CM – Na tua percepção, o que pra você, pode ser considerado um bom filme?

VG - Hoje, apesar das diversas linguagens e possibilidades de se produzir áudio-visual: Com aparelhos celulares e até máquina fotográfica, um bom filme continua sendo aquele que te conduz durante toda a projeção para dentro dele. Deverá ter simplicidade, uma história interessante, com personagens interessantes, trilha interessante e ... tudo de mais interessante, que o espectador possa assistir emocionado, rindo, provocando medo, ou com interesse naquilo que está sendo exibido.

CM – Como você vê o papel nas novas tecnologias dentro da linguagem cinematográfica, hoje?

VG - Como disse, na resposta anterior, será sempre muito bem vindo qualquer tecnologia ou elemento inovador, mas o filme, deverá ter aquilo que é principio do sentimento humano: humor, ternura... e sempre apaixonante em todos os sentidos.

CM – Que filmes você recomendaria para o leitor do blog e freqüentador do cincelube Cine Mosquito?

VG - Papilon foi o filme que mais assisti. Acho que umas vinte vezes e assistiria tantas outras vezes. As Pontes de Madson, Menina de Ouro...

CM – Quem é Vicentini Gomez por Vicentini Gomez?

VG - Um operário da arte: Ator, Autor, diretor, iluminador, produtor... Certa ocasião Alberto Guzik, então crítico do Jornal da Tarde/Estadão, escreveu: “Vicentini, um camaleão do teatro”. E eu gostei desta definição.

Para navegar no site de Vicentine Gomez (clique aqui)
Para assistir o filme de Vicentini Gomez "O DIA EM QUE EU MORRI"! (clique aqui)