terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Nosso terceiro Cine Mosquito foi muito divertido
Angel foi o dono da festa. Fingia que dormia mas tava ligado nos filmes!
Bárbara trouxe rolinhos primavera no melhor estilo mineiro; uma delícia. Sandrinha preparou uns bolinhos deliciosos, no ponto, o sabor perfeito combinou com a rodada de filmes que tinha, entre eles, o mais esperado da noite: “Pela Passagem de Uma Grande Dor”, belíssimo filme dirigido por Paulo Mainhard, com soberba interpretação de Vinícius Arneiro e Manu Castilho.
No filme “Frango Caseiro” de Hugo Gregorétti, uma produção italiana de 1963, sentimos arrepios com trágico diagnóstico da sociedade de consumo. O Filme nos pegou de surpresa, com sua narrativa ácida e um pessimismo típico europeu da era Jean Paul Sartre!
Aproveitamos para mostrar nosso trabalho. Lugar “X” que já conta sua segunda apresentação pública além de quase 3 mil visitas no youtube, trouxe novas possibilidades de olhar. Vimos também o belíssimo filme-foto da sandrinha que, pra variar, deixou todo mundo na lona com tanta beleza. Surpreendente foi ver, pela primeira vez em público o filme Insistências, de Bárbara Morais que encantou pela narrativa seca, densa e sonora.
Para finalizar, optamos por substituir o ultimo filme. “Um Homem com uma Câmera” pelo making off de “O Cheiro do Ralo”. Valeu a troca, afinal, todos os presentes já haviam visto o ultimo filme e, portanto, nada como mexer na programação.
Para o próximo Cine Mosquito, vem novidade por aí... aguardem!
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM BÁRBARA MORAIS - CABO FRIO / RJ
Ela faz seus próprios filmes com câmera fotográfica. No teatro, trabalhou em montagens de Beckett e Shakespeare. No projeto Cinema Possível, sua colaboração tem sido muito importante. Vamos conhecer um pouco da irreverência criativa de Bárbara Morais nesta entrevista curta.
Para ver o filme "Lugar X" com ela (clique aqui)
CM - O que é cinema pra você?
BM - É um instrumento forte e largo, que pode alcançar a profundidade desejada com elementos simples e criativos. A poesia que o cinema carrega por existir e pode proporcionar, tem um poder arrebatador em muitos níveis práticos. No contexto social, literário, educativo e sobretudo humano o cinema toca e quando isto acontece, muitas pedras surgem no meio de um caminho que cada um escolhe, ou não.
CM - Como foi que você se interessou pelo audiovisual?
Pelo contato próximo com aquilo que me expande. Quando descobri a fotografia o audiovisual se tornou uma conseqüência agradável. Impulsionada pelo belo e essencial no Cinema Novo com Glauber Rocha e as produtivas aulas com o CineTribAl e o Cinema Possível, comecei a investigar de forma amadora e quase faminta aquilo que atraía.
CM - Você vê a arte como possibilidade de uma profissão presente ou futura?
BM - Assim como o Teatro e a Fotografia, o Cinema deixa evidente uma forma de vida com muito mais sentido e significado do que a burocracia estável que a instituição familiar tradicional tanto recomenda. A possibilidade de transformar as descobertas nestes campos em uma atividade profissional e independente é algo que busco, sorrindo.CM - Fale um pouco dos seus ídolos, o que você gosta de fazer? Quem são as pessoas que você admira no mundo da arte.
BM - Existe uma gratidão profunda às pessoas que contribuem para a possível evolução dos fatores. A Biblioteca Municipal de Cabo Frio, Hermann Hesse, Hilda Hist, Fernando Pessoa, Thoreau, Kafka, Beckett, Glauber Rocha, Kieslowski, Olga Benário, Rimbaud, Arnaldo von Doellinger, Paulo Grillo, Jiddu Saldanha, Bruno Peixoto, Agda e os desconhecidos que passam arranhando são partes essenciais daquilo que me é intrínseco... e, aprecio muito comer liberdade.
CP - Quem é Bárbara Morais por Bárbara Morais?
Bárbara Morais é qualquer coisa."
Foto: Bárbara no set de filmagens de "FLUXUS", 2008
Para ver o filme "Lugar X" com ela (clique aqui)
CM - O que é cinema pra você?
BM - É um instrumento forte e largo, que pode alcançar a profundidade desejada com elementos simples e criativos. A poesia que o cinema carrega por existir e pode proporcionar, tem um poder arrebatador em muitos níveis práticos. No contexto social, literário, educativo e sobretudo humano o cinema toca e quando isto acontece, muitas pedras surgem no meio de um caminho que cada um escolhe, ou não.
CM - Como foi que você se interessou pelo audiovisual?
Pelo contato próximo com aquilo que me expande. Quando descobri a fotografia o audiovisual se tornou uma conseqüência agradável. Impulsionada pelo belo e essencial no Cinema Novo com Glauber Rocha e as produtivas aulas com o CineTribAl e o Cinema Possível, comecei a investigar de forma amadora e quase faminta aquilo que atraía.
CM - Você vê a arte como possibilidade de uma profissão presente ou futura?
BM - Assim como o Teatro e a Fotografia, o Cinema deixa evidente uma forma de vida com muito mais sentido e significado do que a burocracia estável que a instituição familiar tradicional tanto recomenda. A possibilidade de transformar as descobertas nestes campos em uma atividade profissional e independente é algo que busco, sorrindo.CM - Fale um pouco dos seus ídolos, o que você gosta de fazer? Quem são as pessoas que você admira no mundo da arte.
BM - Existe uma gratidão profunda às pessoas que contribuem para a possível evolução dos fatores. A Biblioteca Municipal de Cabo Frio, Hermann Hesse, Hilda Hist, Fernando Pessoa, Thoreau, Kafka, Beckett, Glauber Rocha, Kieslowski, Olga Benário, Rimbaud, Arnaldo von Doellinger, Paulo Grillo, Jiddu Saldanha, Bruno Peixoto, Agda e os desconhecidos que passam arranhando são partes essenciais daquilo que me é intrínseco... e, aprecio muito comer liberdade.
CP - Quem é Bárbara Morais por Bárbara Morais?
Bárbara Morais é qualquer coisa."
Para ver o blog de Bárbara Morais (clique aqui)
Comunidade do Cine Mosquito no orkut (clique aqui)
sábado, 27 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM ARISTIDES - PIAUÍ
Graduando em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Um dos organizadores da Mostra não competitiva “A Diagonal Não Ofende Ninguém” e da “Mostra de Cinema Marginal”. Pesquisador na área de história-cinema, focando estudos na produção de vídeo experimental pernambucano dos anos 70. Realiza trabalhos com vídeos experimentais e pesquisa teórica de audiovisual brasileiro. Vem desenvolvendo mostras de cinema nacional mensais, com parceria com a Casa da Cultura de Teresina. Atualmente trabalha no projeto “Um palhaço degolado nas veredas da tradição”, no estudo da obra audiovisual “O Palhaço Degolado” (1976), filme pernambucano de Jomard Muniz de Britto.
A - Meu interesse vem basicamente da academia, quando inicio uma série de leituras em torno do cinema marginal piauiense na década de 70 no curso de História, trabalho realizado por um grande amigo Jaislan Monteiro, desde dessa experiência em 2006, fui à busca de aprofundar mais na temática e nisso percorri vários teóricos que me “linkaram” em filmes nacionais, pesquiso hoje acervos particulares de filmes nacionais pelo país a partir de intercâmbio e trocas no qual hoje, desde 2006, a partir dessas articulações construí um arquivo de cerca de 330 filmes para expor em mostras nacionais que realizo com um grupo em Teresina: o grupo DIAGONAL.
O cinema pra mim vem dessa obsessão arquivante e apaixonada, para divulgar sempre o cinema brasileiro em eventos audiovisuais na cidade, o que estende meu interesse na produção de vídeos que inclusive, você conhece, pois somos amigos de tela de longa data.
CM – Fale um pouco do movimento cinematográfico do Piauí.
A - Resumidamente: fraco. Para você ter uma idéia, aqui no 16ª FESTVIDEO, evento de repercussão nacional realizado pela prefeitura de Teresina, entre centenas de vídeos inscritos...apenas oito entraram no evento, fora o desastre de um curso técnico de cinema realizado por um “cineasta” local que não se completou por competência questionável, o que desestimula muitos interessados em fazer vídeo na cidade. Mas acredito que com uma autonomia de grupos como o DIAGONAL poderá em longo prazo construir platéia para conseqüentemente gerar produtores audiovisuais, pois acredito em formação de platéia acima de tudo e com isso lutar diariamente pelo incentivo como você faz aí, estimulando atores e videomakers a levantar uma cena audiovisual sólida no Estado.
CM – A Mostra “A Diagonal não Ofende Ninguém”, é diferente até no nome. Fale sobre esse evento e como ele tem se instalado no universo cinematográfico local e nacional?
A - É um evento organizado por estudantes universitários que visa à ampliação do circuito de exibição em Teresina, aproximando mais o público das novidades do curta metragem brasileiro, sem gerar o facismo da concorrência excludente, que separam profissionais e amadores, impedindo a estereotipia de filme “bom” e filme “ruim”, mas apenas que são realizados, das mais diversas formas e desejos. Somos apenas mediadores das atualizações em vídeo que nos são mandados anualmente para as exibições, saindo um pouco do engessamento provocado pelos raros eventos na área aqui no Piauí, elaborando uma nova rota, dobrando as retas e abrindo uma Diagonal que cruze novos canais de criação cinematográfica com um público exigente e crítico.
CM – Quais são seus filmes preferidos e os cineastas que mais admira?
A - O filme mais lindo e trágico da minha vida se chama “Sem Essa Aranha” (1970) de Rogério Sganzerla, um carnaval apocalíptico de mal estar e redescoberta de um Brasil dilacerado pelo cerceamento da criatividade cinematográfica, a decrepitude de um cafajeste tropical em busca dos seus demônios mais íntimos para acelerar o caos nacional. Uma experiência de choque, que rompe a relação espectador-filme em sua radicalização máxima, inesquecível, terrível e belo, aconselho a todos que desejam conhecer esse lado obscuro do cinema nacional.
CM – O que você acha que pode melhorar, no panorama do cinema brasileiro?
A - Posso estar sendo simplista demais, mas no Brasil faltam coisas básicas: circulação, mercado, público e incentivo...mas a felicidade maior é saber de movimentos de expressão que ganham corpo gradativamente como o Cinema Possível, Cinema Livre e outros grupos dispersos pelo país que partem do simples para mostrar que fazer vídeo hoje é questão de criatividade e vontade de fazer, continuemos assim que a longo prazo os traços que desenham o cinema poderão ser outros... e pasmem: nós seremos os responsáveis!
CM - Quem é Aristides por Aristides?
CM – Como foi que você se interessou por Cinema?
A - Meu interesse vem basicamente da academia, quando inicio uma série de leituras em torno do cinema marginal piauiense na década de 70 no curso de História, trabalho realizado por um grande amigo Jaislan Monteiro, desde dessa experiência em 2006, fui à busca de aprofundar mais na temática e nisso percorri vários teóricos que me “linkaram” em filmes nacionais, pesquiso hoje acervos particulares de filmes nacionais pelo país a partir de intercâmbio e trocas no qual hoje, desde 2006, a partir dessas articulações construí um arquivo de cerca de 330 filmes para expor em mostras nacionais que realizo com um grupo em Teresina: o grupo DIAGONAL.
O cinema pra mim vem dessa obsessão arquivante e apaixonada, para divulgar sempre o cinema brasileiro em eventos audiovisuais na cidade, o que estende meu interesse na produção de vídeos que inclusive, você conhece, pois somos amigos de tela de longa data.
CM – Fale um pouco do movimento cinematográfico do Piauí.
A - Resumidamente: fraco. Para você ter uma idéia, aqui no 16ª FESTVIDEO, evento de repercussão nacional realizado pela prefeitura de Teresina, entre centenas de vídeos inscritos...apenas oito entraram no evento, fora o desastre de um curso técnico de cinema realizado por um “cineasta” local que não se completou por competência questionável, o que desestimula muitos interessados em fazer vídeo na cidade. Mas acredito que com uma autonomia de grupos como o DIAGONAL poderá em longo prazo construir platéia para conseqüentemente gerar produtores audiovisuais, pois acredito em formação de platéia acima de tudo e com isso lutar diariamente pelo incentivo como você faz aí, estimulando atores e videomakers a levantar uma cena audiovisual sólida no Estado.
CM – A Mostra “A Diagonal não Ofende Ninguém”, é diferente até no nome. Fale sobre esse evento e como ele tem se instalado no universo cinematográfico local e nacional?
A - É um evento organizado por estudantes universitários que visa à ampliação do circuito de exibição em Teresina, aproximando mais o público das novidades do curta metragem brasileiro, sem gerar o facismo da concorrência excludente, que separam profissionais e amadores, impedindo a estereotipia de filme “bom” e filme “ruim”, mas apenas que são realizados, das mais diversas formas e desejos. Somos apenas mediadores das atualizações em vídeo que nos são mandados anualmente para as exibições, saindo um pouco do engessamento provocado pelos raros eventos na área aqui no Piauí, elaborando uma nova rota, dobrando as retas e abrindo uma Diagonal que cruze novos canais de criação cinematográfica com um público exigente e crítico.
CM – Quais são seus filmes preferidos e os cineastas que mais admira?
A - O filme mais lindo e trágico da minha vida se chama “Sem Essa Aranha” (1970) de Rogério Sganzerla, um carnaval apocalíptico de mal estar e redescoberta de um Brasil dilacerado pelo cerceamento da criatividade cinematográfica, a decrepitude de um cafajeste tropical em busca dos seus demônios mais íntimos para acelerar o caos nacional. Uma experiência de choque, que rompe a relação espectador-filme em sua radicalização máxima, inesquecível, terrível e belo, aconselho a todos que desejam conhecer esse lado obscuro do cinema nacional.
CM – O que você acha que pode melhorar, no panorama do cinema brasileiro?
A - Posso estar sendo simplista demais, mas no Brasil faltam coisas básicas: circulação, mercado, público e incentivo...mas a felicidade maior é saber de movimentos de expressão que ganham corpo gradativamente como o Cinema Possível, Cinema Livre e outros grupos dispersos pelo país que partem do simples para mostrar que fazer vídeo hoje é questão de criatividade e vontade de fazer, continuemos assim que a longo prazo os traços que desenham o cinema poderão ser outros... e pasmem: nós seremos os responsáveis!
CM - Quem é Aristides por Aristides?
A - Alguém que acredita no cinema brasileiro como instrumento de prazer, sociabilidade e formação crítica, um formador de platéia, mas que a mesma se levante da cadeira e entre na tela.
Para ver e comentar os filmes de Aristides (clique aqui)
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM ARTUR GOMES - CAMPOS DOS GOYTACAZES / RJ
Ele é compulsivo e explosivo, uma usina atômica de produção. Vamos conhecer mais sobre o fundador da Fulinaíma Filmes e o mentor espiritual e intelectual do projeto Cinema Possível. O poeta Artur Gomes.
CM – Como foi que você se interessou pelo audiovisual?
AG - Desde a década de 80 quando ainda coordenador da Oficina de Artes Cênicas do Cefet Campos, todas as encenações que executava com os alunos da Oficina eram filmadas pelo setor de Áudio Visual da Escola, e isso de uma certa forma foi aguçando o meu olhar para essa linguagem, e de outra eu já procurava produzir as montagens com os elementos multimídia que a infra-estrutura da Escola oferecia na época.
CM – A proposta de juntar o audiovisual com a poesia já era um desejo ou aconteceu naturalmente?
AG - A poesia escrita sempre esteve presente em todas as linguagens que até aqui experimentei, e em todos os projetos multimídia que criei, tais como: Mostra Visual de Poesia Brasileira, Retalhos Imortais do SerAfim, FestCampos de Poesia Falada, bem como em todas as minhas performances fossem elas teatrais ou simplesmente poéticas. Chegar a produção do áudio visual, de uma certa forma não foi uma coisa planejada, mas quando começou a acontecer, trazer a poesia para esta linguagem foi e continua sendo o mais natural possível, mesmo que em alguns filmes que tenha produzido, a poesia esteja ali enquanto essência estética. Mas a minha intenção com o áudio visual, é basicamante essa: colocar a poesia para circular numa mídia onde ela tem a possibilidade de ser vista, lida, ouvida e sentida por todos os sentidos do corpo humano.
CM – Fale um pouco da Fulinaíma Filmes.
AG - A Fulinaíma Filmes nasceu graças ao Jiddu Saldanha, e o seu projeto Cinema Possível, nossos primeiros filmes nasceram de uma parceria que está chegando há duas décadas, e acredito que conseguimos alimentar de uma certa forma a Arte do outro, sem interferir na produção pessoal de cada um. Queremos produzir o possível cinema que não necessita de grandes aparatos, ou grandes produções. Continuo a ser essencialmente um poeta que aprendeu a lidar com outras linguagens e aproveitar de uma tecnologia barata a nossa disposição hoje, e daí aproveitar cada vez mais os espaços não convencionais para a criação e apresentação do seu produto poético.
CM –O que você gosta de assistir? Quais os filmes que te influenciaram?
CM – O que você acha que pode melhorar, no panorama do cinema brasileiro?
AG - Olha, não sou muito preocupado com esta questão de Mercado, é uma coisa que para mim passa muito distante como uma Escola de Samba que atravessa literalmente na Avenida. Acho que a preocupação deveria estar mais focada na Arte e menos nas bilheterias.
CM – Quais os filmes que te influenciaram?
AG - Para citar apenas 2, fico com Terra em Transe e Deus e o Diabo na Terra do Sol, duas obras primas do Glauber.
CM - Quem é Artur Gomes, por Artur Gomes?
AG - Um poeta sem papas na língua, que chegou onde chegou pela ousadia da sua linguagem, que com lirismo e sagaranagens consegue desafinar o coro dos contentes, para concretizar a profecia do Torquato Neto, poeta entre os meus de cabeceira, e que ainda insiste em ter o prazer de escrever, falar, produzir poesia simplesmente pelo prazer de ser o que é: um bardo do caos urbano sem nenhuma palavra bíblica e muito menos avaria.Desde que aprendeu a arrancar do gesto a palavra chave da palavra a imagem xis tudo por um risco tudo por triz.
Para entrar na comunidade da Fulinaíma Filmes (clique aqui)
Para entrar no Blog de Artur Gomes (clique aqui)
Para ver os filmes de Artur Gomes (clique aqui)
sábado, 20 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM ELOAH PETRECA
Ela se tornou uma das mais sérias e dedicadas produtoras cinematográficas do Paraná. Seu lema é a ética, a sinceridade e a honestidade. Vamos conhecer nesta ENTREVISTA CURTA a produtora curitibana Eloah Petreca.
CM - Como foi que você se interessou pelo Cinema?
EP - Como fazia teatro, um amigo me convidou para trabalhar na produção de um curta-metragem rodado em 35 mm, eu disse que não sabia nada de produção de cinema, mas estava disposta a aprender. Dois anos depois ele me convidou para trabalhar em um longa-metragem americano que seria todo rodado em Curitiba. Foi minha primeira experiência no que eu chamo "cinema de verdade", aprendi o que é ordem do dia, plano de filmagem, enfim, como trabalham os profissionais de cinema. Foi por esse tipo de trabalho que eu me apaixonei.
CM - Fale um pouco do panorama cinematográfico em Curitiba.
EP - Muita politicagem! Muita gente "trabalhando"; não porque são capazes, mas porque são amigos (a) ou parentes. Os roteiros são fracos. A grande maioria; são estórias narrativas ou piadinhas encenadas... Fazem festivais/mostras para se premiarem. Exemplo recente foi o filme "Mistérios" que ganhou o prêmio de melhor direção no Festival Sul americano de Cinema no Paraná. José Mojica estava lá e protestou, acredito que este protesto lavou a alma de muitos que, inconformados com a falta de ética ficaram surpresos e deprimidos com tal premiação!
Existe a esperança de que a escola Superior Sul Americana de Cinema no Paraná, venha a se tornar uma escola séria, pois até agora ela era apenas uma falácia. Com 3 anos foram comprados alguns equipamentos. Já, a inauguração foi feita com equipamentos alugados, até a decoração não era da escola. Quando os alunos chegaram, no dia seguinte só havia pavilhões e divisórias... Já o lobby funciona muito bem!
CM - Fale um pouco das produções locais.
Aqui em Curitiba foram produzidos 4 filmes relevantes para o cenário cinematográfico:
O Preço da Paz
Este filme tem muitos problemas, mas é um filme que deve ser visto, principalmente pela sua história. Infelizmente por problemas jurídicos ele teve um lançamento sem expressão em Curitiba!
Oriundi
Uma bela produção com Anthony Quinn e Paulo Autran.
Teve lançamento nacional em 72 salas. Estreou em 10 cinemas em Los Angeles e percorreu o mundo hispânico. O lançamento em São Paulo, em 2000, conquistou a aprovação de 78% do público, perdeu espaço nos cinemas quando a Warner o tirou de cartaz para lançar Missão Impossível II. Nos EUA, foi homenageados pelo American Film Institute como o melhor filme latino-americano do ano. Foi estudado pelo departamento de língua estrangeira da Universidade de Harvard. Os alunos desenvolveram relatórios em português para aprender sobre literatura portuguesa e brasileira.
Cafundó
Além da perfeita produção, uma história humanista. Quando foi lançado nos cinemas tinha apenas 5 cópias. Participou de muitos festivais, ganhando 24 prêmios, sendo 14 internacionais. Agora está entrando em diversos países africanos, como Moçambique, Angola, África do Sul, Nigéria. Foi comprado para exibição em tevê aberta - mais precisamente, a rede Globo!
Estômago
Teve lançamento nacional. Participou de vários festivais e ganhou 18 prêmios, sendo 13 internacionais. Tecnicamente falando é um filme muito bom. Eu particularmente não gosto do argumento. Não entendo porque tem gente que gosta tanto de mostrar o que temos de pior!!!
O cinema de animação do Paulo Munhoz tem se destacado.
Agora tem aparecido uma moçada nova. Eu espero que eles consigam quebrar alguns paradigmas e melhorar, nosso cenário cinematográfico!
CM - Fale do prazer e as responsabilidades de um produtor cinematográfico.
EP - O maior prazer é ver o filme pronto, na tela.
Em uma produção, tudo e todos passam pelo produtor.Temos que lidar com a equipe de produção, equipe técnica e atores. Tem também a comunidade local. Sem falar do clima, que muitas vezes atrasa o plano de filmagem. Contratempos sempre aparecem e temos que saber lidar com eles.
Fora estas responsabilidades técnicas, eu me preocupo muito com a responsabilidade social: Qual a importância da estória que estou contando? Que valores eu estou trazendo ou resgatando?
CM – Quais os filmes que você trabalhou?
EP - Trabalhei em "Quanto Vale ou é Por Quilo?", "Cafundó", "Mulheres do Brasil", "Garibaldi in América" (nome provisório), "Didi e a Princesa Lili" e dois filmes americanos!
Eu gosto do resultado final do meu trabalho em todos. "Quanto Vale ou é Por Quilo?" e "Cafundó" são os filmes que eu considero mais importantes dos que trabalhei. Trabalhar em "Quanto Vale" foi uma grande experiência, pois, como eu trabalhei nas cenas do século XVIII, tive um grande aprendizado. Filmes de época exigem muito e dão mais trabalho. Foi meu "mestrado em cinema". Graças a ele eu estava preparada para "Cafundó", meu "doutorado em cinema" ( não fiz nenhuma faculdade ... rs ). Trabalhar com o pessoal de SP e RJ, fez com que eu me tornasse profissional!
CM -O que você gosta de assistir? Quais os filmes que te influenciaram?
EP - Não sendo filme de terror nem pornográfico, eu gosto de assistir tudo!
Não sei se me influenciaram, mas filmes como "Asas do desejo", "Tomates Verdes Fritos", "Invasões Bárbaras", "Sociedade dos Poetas Mortos" a trilogia do Krzysztof Kieslowski sempre mechem comigo!
CM - Como foi que você se interessou pelo Cinema?
EP - Como fazia teatro, um amigo me convidou para trabalhar na produção de um curta-metragem rodado em 35 mm, eu disse que não sabia nada de produção de cinema, mas estava disposta a aprender. Dois anos depois ele me convidou para trabalhar em um longa-metragem americano que seria todo rodado em Curitiba. Foi minha primeira experiência no que eu chamo "cinema de verdade", aprendi o que é ordem do dia, plano de filmagem, enfim, como trabalham os profissionais de cinema. Foi por esse tipo de trabalho que eu me apaixonei.
CM - Fale um pouco do panorama cinematográfico em Curitiba.
EP - Muita politicagem! Muita gente "trabalhando"; não porque são capazes, mas porque são amigos (a) ou parentes. Os roteiros são fracos. A grande maioria; são estórias narrativas ou piadinhas encenadas... Fazem festivais/mostras para se premiarem. Exemplo recente foi o filme "Mistérios" que ganhou o prêmio de melhor direção no Festival Sul americano de Cinema no Paraná. José Mojica estava lá e protestou, acredito que este protesto lavou a alma de muitos que, inconformados com a falta de ética ficaram surpresos e deprimidos com tal premiação!
Existe a esperança de que a escola Superior Sul Americana de Cinema no Paraná, venha a se tornar uma escola séria, pois até agora ela era apenas uma falácia. Com 3 anos foram comprados alguns equipamentos. Já, a inauguração foi feita com equipamentos alugados, até a decoração não era da escola. Quando os alunos chegaram, no dia seguinte só havia pavilhões e divisórias... Já o lobby funciona muito bem!
CM - Fale um pouco das produções locais.
Aqui em Curitiba foram produzidos 4 filmes relevantes para o cenário cinematográfico:
O Preço da Paz
Este filme tem muitos problemas, mas é um filme que deve ser visto, principalmente pela sua história. Infelizmente por problemas jurídicos ele teve um lançamento sem expressão em Curitiba!
Oriundi
Uma bela produção com Anthony Quinn e Paulo Autran.
Teve lançamento nacional em 72 salas. Estreou em 10 cinemas em Los Angeles e percorreu o mundo hispânico. O lançamento em São Paulo, em 2000, conquistou a aprovação de 78% do público, perdeu espaço nos cinemas quando a Warner o tirou de cartaz para lançar Missão Impossível II. Nos EUA, foi homenageados pelo American Film Institute como o melhor filme latino-americano do ano. Foi estudado pelo departamento de língua estrangeira da Universidade de Harvard. Os alunos desenvolveram relatórios em português para aprender sobre literatura portuguesa e brasileira.
Cafundó
Além da perfeita produção, uma história humanista. Quando foi lançado nos cinemas tinha apenas 5 cópias. Participou de muitos festivais, ganhando 24 prêmios, sendo 14 internacionais. Agora está entrando em diversos países africanos, como Moçambique, Angola, África do Sul, Nigéria. Foi comprado para exibição em tevê aberta - mais precisamente, a rede Globo!
Estômago
Teve lançamento nacional. Participou de vários festivais e ganhou 18 prêmios, sendo 13 internacionais. Tecnicamente falando é um filme muito bom. Eu particularmente não gosto do argumento. Não entendo porque tem gente que gosta tanto de mostrar o que temos de pior!!!
O cinema de animação do Paulo Munhoz tem se destacado.
Agora tem aparecido uma moçada nova. Eu espero que eles consigam quebrar alguns paradigmas e melhorar, nosso cenário cinematográfico!
CM - Fale do prazer e as responsabilidades de um produtor cinematográfico.
EP - O maior prazer é ver o filme pronto, na tela.
Em uma produção, tudo e todos passam pelo produtor.Temos que lidar com a equipe de produção, equipe técnica e atores. Tem também a comunidade local. Sem falar do clima, que muitas vezes atrasa o plano de filmagem. Contratempos sempre aparecem e temos que saber lidar com eles.
Fora estas responsabilidades técnicas, eu me preocupo muito com a responsabilidade social: Qual a importância da estória que estou contando? Que valores eu estou trazendo ou resgatando?
CM – Quais os filmes que você trabalhou?
EP - Trabalhei em "Quanto Vale ou é Por Quilo?", "Cafundó", "Mulheres do Brasil", "Garibaldi in América" (nome provisório), "Didi e a Princesa Lili" e dois filmes americanos!
Eu gosto do resultado final do meu trabalho em todos. "Quanto Vale ou é Por Quilo?" e "Cafundó" são os filmes que eu considero mais importantes dos que trabalhei. Trabalhar em "Quanto Vale" foi uma grande experiência, pois, como eu trabalhei nas cenas do século XVIII, tive um grande aprendizado. Filmes de época exigem muito e dão mais trabalho. Foi meu "mestrado em cinema". Graças a ele eu estava preparada para "Cafundó", meu "doutorado em cinema" ( não fiz nenhuma faculdade ... rs ). Trabalhar com o pessoal de SP e RJ, fez com que eu me tornasse profissional!
CM -O que você gosta de assistir? Quais os filmes que te influenciaram?
EP - Não sendo filme de terror nem pornográfico, eu gosto de assistir tudo!
Não sei se me influenciaram, mas filmes como "Asas do desejo", "Tomates Verdes Fritos", "Invasões Bárbaras", "Sociedade dos Poetas Mortos" a trilogia do Krzysztof Kieslowski sempre mechem comigo!
CM - O que você acha que pode melhorar, no panorama do cinema brasileiro?
EP - Acredito que devemos produzir mais filmes com temas universais.
CM - Quem é Eloah Petreca por Eloah Petreca?
EP - Sou transparente, falo o que penso e assumo o que falo. Justiça e Verdade para mim são imprescindíveis, sempre brigo por elas, mesmo que para obtê-las eu saia perdendo.
Para ver o trailer do filme CAFUNDÓ (clique aqui)
Veja uma cena do filme "Quanto Vale ou é por Quilo?" (clique aqui)
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM TONINHO VAZ
Toninho Vaz,
fotografado por
Nelson Perez
Com mais de 20 anos de experiência em televisão, o jornalista Toninho Vaz é também biógrafo de nomes de destaque como: Paulo Leminski, Darcy Ribeiro e agora o maior empresário de salas de exibição de filmes do Brasil, o cearense Luiz Severiano Ribeiro. Acompanhe essa ENTREVISTA CURTA.
CM – Como você vê a linguagem cinematográfica explorando os caminhos da literatura?
TV - Como uma tradição do cinema europeu, que transpôs grandes clássicos da literatura para as telas. Vejo com bons olhos e acredito mesmo nesta interação. Muitas obras literárias são, a principio, roteiros perfeitos para a linguagem do cinema.
CM – Fala um pouco da tua experiência com o audiovisual.
TV - Eu trabalhei em televisão mais de vinte anos produzindo e editando material jornalístico. Sempre gostei da linguagem específica do audiovisual. Comecei antes de existir o vídeo tape, ou seja, eu fazia televisão ao vivo no Paraná. Depois, na TV Globo, no Rio, onde trabalhei por 15 anos, me especializei fazendo diversos programas e exercendo diversas funções.
CM – Fale sobre seu livro mais recente?
TV - Escrevi dois livros onde trato da vida e da obra do cearense Luiz Severiano Ribeiro, tanto como construtor da maior cadeia de cinemas (salas de exibição) do Brasil, quanto como produtor de filmes (chanchadas da Atlântida). Recomendo o recém-lançado O Rei do Cinema (Record), que pode ser encontrado em qualquer livraria. Por vários motivos, esta é uma parte da história do Brasil pouco conhecida.
CM - Gostaria que você relatasse fatos curiosos sobre salas de cinema.
TV - Numa certa medida, as salas de projeções acompanhavam a majestosa arquitetura dos cenários de Hollywood, nos anos 40 e 50. Era o tom grandiloqüente e espetacular. O Severiano Ribeiro abriu o primeiro cinema em 1917, em Fortaleza. Agora, em 2007, ou seja, noventa anos depois, a empresa administra 210 cinemas em várias cidades brasileiras. Por isso ele era O Rei do Cinema. A história do livro acompanha a evolução desta indústria. Na virada deste século, os cinemas foram afugentados das ruas e se refugiaram dentro dos shoppings. É a tendência dos tempos inseguros, onde todos procuram conforto e comodidade. Sem falar da televisão, que fez diminuir substancialmente as salas de projeções e as poltronas disponíveis. Então, o mundo virtual chegou.
CM – Quais são seus filmes e cineastas preferidos?
TV - Meus clássicos eternos: Cidadão Kane, de Orson Wells; Amarcord, de Fellini; Chinatow, Polanski; Apocalipse Now, de Coppola, e Blade Runner, de Ridley Scott. Homenagem especial a Charles Claplin.
CM – Quem é Toninho Vaz por Toninho Vaz.
Uma pessoa de sorte e feliz, que trabalha muito para manter este estado de equilíbrio. Sou incansável no trabalho e no prazer – e tive talento para encontrar amigos entre os artistas e artistas entre os amigos.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM THOMAS BLUM
Com apenas 20 anos de idade, natural de São Mateus de Sul - PR, ele é um verdadeiro soco no estômago da mediocridade! Seus filmes são arrasadores, não deixam pedra sobre pedra. Um artista com fortes referências e inserido no seu tempo! Vamos conhecer um pouco sobre Thomas Blum!
CM – Como foi que você se interessou pelo cinema?
TB - Bom, eu sempre vi filmes desque tinha uns 3 anos sei lá.. quem sabe antes hehe... Porem eu começei a me interessar pelo cinema de verdade, pela arte, pelo poder de um filme, por essa magia já na adolescência, vendo muitos filmes, deixando um pouco de lado os clichês de ação ou suspense e descobrindo o vasto mundo dos trash, dos dramas e de filmes que nem se encaixam em padrões ou categorias. Daí mergulhei de vez, assistindo algumas pérolas como Canibal Holocausto, Pink Flamingos, Nosferatu, Gummo, e por aí vai. De fato nunca me prendi em um tipo de filme só, assisto todos que me agradarem e sempre tem algo novo pra se ver.
CM – Fale um pouco do movimento Cinema Livre.
TB - O Manifesto Cinema Livre surgiu da idéia de que o Brasil ainda é muito mal valorizado por seus filmes, lógicamente por trás da camada pop de cine Brasil existe o underground cheio de grandes artistas e diretores fodas. Porem acho que isso deveria ser aberto para todos, durante o tempo que me aprofundei em cinema pela internet fui descobrindo muita gente que assim como eu desejava botar na tela suas idéias e criar algo novo, e já vi trabalhos incríveis. Infelizmente esses trabalhos tem pouco espaço fora de eventos pequenos, a idéia do Manifesto Cinema Livre é criar um espaço virtual e futuramente REAL para que todos os curtas e longas underground tenham sua vez, fazer uma espécie de Youtube do cinema brasileiro, destacando as obras mais interessantes e dando espaço para todo e qualquer interessado participar. O projeto anda parado por que são poucos os que estão interessados e é algo que exige muita dedicação. O plano seguinte seria entrar em contato com donos de cine clubes e exibir pelo menos uma vez por semana algum dos curtas em destaque no Cinema Livre.
CM – fale um pouco dos seus filmes e de seus diretores preferidos.
TB - Em geral começamos a filmar e criar vídeo arte numa época meio gótica hahah, por isso todo aquele clima sombrio, nos primeiros curtas. Mas a gente vai mudando muito. "A Cadeira", por exemplo, tem claras influências do David Lynch, fizemos logo após assistir Eraserhead! E mais adiante os filmes continuam a mudar. Nosso mais recente filme é "A Cura de Adalgiso" que acabou sendo o ultimo de uma trilogia, fechando a história absurda de um assassino ou incompreendido. Atualmente nossas produções estão muito diferentes, tanto no sentido técnico (finalmente uma câmera melhor hahaha) quanto no conteúdo dos filmes. Estamos tentando trabalhar mais com o psicológico e menos sangue. Algo mais profundo e surreal. O problema é que trabalhar com mais tecnologia e dar atenção a pequenos detalhes faz com que os filmes demorem mais para serem feitos, nosso projeto atual, que conta a história de um rapaz que começa a buscar respostas dentro de seus sonhos e acaba descobrindo muito mais do que planejava; está parado atualmente! Mas já tem algumas cenas prontas!
Falar sobre diretores é complicado! Digamos que existem alguns que são especiais pra mim, como David Lynch, esse mudou minha vida literalmente. O modo como ele faz seus filmes é INCRIVEL. Não importa quantas vezes eu veja, sempre é um novo filme, o próprio Lynch já explicou que gosta de imaginar os filmes como quadros, apenas apreciar as pinturas e senti-las, e não ficar achando explicações para tudo. Outro diretor muito importante pra mim é Harmony Korine, um gênio quase terrorista do cinema atual, quando assisti Kids pela primeira vez, fiquei bobo com aquelas cenas, como aquela dos skatistas espancando um patinador e com o som de Daniel Johnston de fundo... aquilo me chocou! Quando descobri que Harmony Korine estava por trás do roteiro busquei os filmes dele e Descobri então Gummo! Despois de Gummo, nunca mais se é o mesmo! Hahahha
Tem ainda Paul Thomas Anderson, genialidade intensa, e com qualidade incrível, Tarantino é foda demais também, Kubrick, lógicamente, se eu for falar de todos não paro mais! ^^
CM – O que você acha que pode melhorar, no panorama do cinema brasileiro?
TB - Olha...O panorama Brasileiro nem é tão ruim, e cada vez estamos vendo mais valorização e qualidade nos filmes populares daqui, porem ainda está muito fechado nesse circuito Rio/São Paulo e raramente outros estados. Existe arte fluindo por todos os cantos do Brasil, é triste saber que tão pouco é utilizado e valorizado e o problema é que isso já desanima muito quem tem interesse. Imagine você nascer em uma cidadezinha do Nordeste ou do Amazonas, onde ninguém nunca nem ouviu falar de Cidade de Deus, mas você sempre gostou daqueles filmes de terror... Fica complicado evoluir nisso... Acho que o mais importante seria um aumento intenso de projetos e festivais por todo o Brasil, mais espaço para o cinema independente e um trabalho mais sério dessas grandes produtoras para selecionar filmes do underground e lança-los para o grande publico.
CM – Como você vê a questão das novas tecnologias no cenário cinematográfico atual?
TB - Sinceramente acho que uma câmera digital não tem a mesma beleza que uma câmera de rolo, mas claro... é a evolução, logo inventarão uma câmera digital que imita a qualidade perfeita de uma câmera antiga, vai existir logo logo... uma SUPER 8 High Tech, hahahah! Também não consigo ainda ver como esses projetos de cinema por celular e tal podem ser bons, já que o celular é muito minimalista e a qualidade é sempre precária, acho muito importante e interessante projetos como o Cinema Possível que preza ensinar e mostrar para todos que se pode fazer cinema sem custo e com qualquer material, nós usamos uma câmera fotográfica aiptek 3200 para fazer todos os curtas até hoje! Só que ainda assim existe uma diferença, pois tem todo o trabalho de editar e tal. Mas quem sou eu pra julgar né heheh. O importante é que seja de qualidade (conteúdo não aparência) e que seja de coração... cinema não sai se não for feito com amor.
Não consigo imaginar o quão longe possa ir a evolução das câmeras filmadoras e da tecnologia cinematográfica. No quesito computação gráfica, acho válida quando a idéia é a fantasia total, mas deixar de usar atores para usar bonecos em um filme humano e com ações humanas... parece-me desnecessário!
CM – Quem é Thomas Blum por Thomas Blum?
TB - Thomas Blum é mutável, é uma metamorfose ambulante hahah, e o cinema que fizermos sempre será uma metamorfose. Atualmente estou dando mais atenção para meu eu, e deixando de lado tanta coisa que as pessoas tendem a se preocupar, tenho feito meditação, yoga, trabalhado em projetos de vídeo arte sem barreiras ou pretensão alguma, moro com minha namorada que aliás é cantora e fotógrafa, arte pra todo lado, hahaha... Com meus 20 anos posso dizer que ainda tenho muito por fazer e tento aproveitar cada minuto como se fosse único, ainda a muito a se corrigir em mim, assim como na humanidade toda! Acho que para uma vida plena devemos evoluir muito e expandir nossa consciência, de nada adianta tecnologia e conforto, quando por dentro ainda estamos incertos e desestruturados. E Por fim, Thomas Blum é alguém que não vive sem a arte. Busca na musica, na literatura, no cinema, na pintura um caminho para se entender e passar algo bom para quem se interessar.
Conheça a comunidade do Orkut Manifesto Cinema Livre (clique aqui)
Veja o o filme “A Cura de Adalgiso” (clique aqui)
domingo, 14 de dezembro de 2008
Uma bela tarde de domingo!
O segundo Cine Mosquito, realizado no dia 14 de dezembro, reuniu um grupo muito bom de pessoas. Foi uma sessão leve e descontraída e aprendemos muito. Curioso foi descobrir através do filme “Ruta 5” de Ricardo Sepúlveda, que no Chile, existe um túnel imenso que passa sob um rio. O cinema brasileiro e latino americano pode ensinar muitas coisas sobre nós mesmos!
Destaque para o filme da professora e ativista da causa ambiental, Débora Aranha “Bolinha de Papel”, que gerou muitos comentários e, praticamente, tivemos que parar o filme para debater e refletir sobre o desperdício de papel em nossa vida diária.
O ponto alto foi sem dúvida o belíssimo filme “Tira os Óculos e Recolhe o Homem” de André Sampaio, um “filme de breque” em homenagem a Bezerra da Silva com a brilhante atuação do impagável Jards Macalé. Um filmaço, baseado em fatos reais, com belas tomadas e uma montagem pra lá de criativa, sem falar do roteiro praticamente perfeito!
Agora já estamos articulando o próximo encontro para finalizar 2008. Estaremos lá, em pleno Rio de Janeiro com o apoio de produção do nosso querido Carlos Gracie!
Vamos espantar os mosquitos!
Destaque para o filme da professora e ativista da causa ambiental, Débora Aranha “Bolinha de Papel”, que gerou muitos comentários e, praticamente, tivemos que parar o filme para debater e refletir sobre o desperdício de papel em nossa vida diária.
O ponto alto foi sem dúvida o belíssimo filme “Tira os Óculos e Recolhe o Homem” de André Sampaio, um “filme de breque” em homenagem a Bezerra da Silva com a brilhante atuação do impagável Jards Macalé. Um filmaço, baseado em fatos reais, com belas tomadas e uma montagem pra lá de criativa, sem falar do roteiro praticamente perfeito!
Agora já estamos articulando o próximo encontro para finalizar 2008. Estaremos lá, em pleno Rio de Janeiro com o apoio de produção do nosso querido Carlos Gracie!
Vamos espantar os mosquitos!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Dia 07 de dezembro, nossa sessão inaugural, aconteceu!
A Primeira sessão do CINE MOSQUITO foi um sucesso. Realizada no dia 07 de dezembro, não faltou diversão e um bom papo entre os convidados. Mostramos um pouco da produção nacional e local de Cabo Frio, com a presença de alguns realizadores de filme. Entre eles estavam, Ricardo Sepúlveda e Bárbara Morais.
Também nos divertimos muito com a disparidade de produção entre um e outro filme, o que, para nós, não é o mais importante e sim, o ato criativo e a possibilidade de exibição. Foi um momento inesquecível de profundo compartilhamento de olhares.
Destaque para o filme: “Jongos, Calangos, Folias: Música Negra”, de Martha Abreu e Hebe Mattos, que mostrou a riqueza e diversidade cultural da Região dos Lagos, com seus movimentos quilombolas em pleno renascimento.
Nesta mesma tarde, tivemos a presença da pesquisadora Liliane, que abriu a sessão do filme com uma ótima abordagem sobre o processo de criação e a pesquisa realizada para fazer o filme acontecer.
Também tivemos um ótimo momento com o filme que abriu a mostra: “Messias – Delicadamente Nobre”. Uma aula de cinema, plena poesia visual criada pela cineasta Cecília Lang, que nos mostrou a profundidade e a sensibilidade do artista Messias, da cidade de Cataguases, figura conhecida e amada nos ciclos estudantis do Rio de Janeiro, nos anos 70/80.
Para a próxima Sessão, no dia 14, vamos trazer grandes surpresas para todos.
Venha para o Cine Mosquito e traga a sua pipoca!
Também nos divertimos muito com a disparidade de produção entre um e outro filme, o que, para nós, não é o mais importante e sim, o ato criativo e a possibilidade de exibição. Foi um momento inesquecível de profundo compartilhamento de olhares.
Destaque para o filme: “Jongos, Calangos, Folias: Música Negra”, de Martha Abreu e Hebe Mattos, que mostrou a riqueza e diversidade cultural da Região dos Lagos, com seus movimentos quilombolas em pleno renascimento.
Nesta mesma tarde, tivemos a presença da pesquisadora Liliane, que abriu a sessão do filme com uma ótima abordagem sobre o processo de criação e a pesquisa realizada para fazer o filme acontecer.
Também tivemos um ótimo momento com o filme que abriu a mostra: “Messias – Delicadamente Nobre”. Uma aula de cinema, plena poesia visual criada pela cineasta Cecília Lang, que nos mostrou a profundidade e a sensibilidade do artista Messias, da cidade de Cataguases, figura conhecida e amada nos ciclos estudantis do Rio de Janeiro, nos anos 70/80.
Para a próxima Sessão, no dia 14, vamos trazer grandes surpresas para todos.
Venha para o Cine Mosquito e traga a sua pipoca!
Visite o o filme:
LUGAR X e saiba mais sobre o projeto
Cinema Possível.
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