terça-feira, 16 de dezembro de 2008
ENTREVISTA CURTA COM TONINHO VAZ
Toninho Vaz,
fotografado por
Nelson Perez
Com mais de 20 anos de experiência em televisão, o jornalista Toninho Vaz é também biógrafo de nomes de destaque como: Paulo Leminski, Darcy Ribeiro e agora o maior empresário de salas de exibição de filmes do Brasil, o cearense Luiz Severiano Ribeiro. Acompanhe essa ENTREVISTA CURTA.
CM – Como você vê a linguagem cinematográfica explorando os caminhos da literatura?
TV - Como uma tradição do cinema europeu, que transpôs grandes clássicos da literatura para as telas. Vejo com bons olhos e acredito mesmo nesta interação. Muitas obras literárias são, a principio, roteiros perfeitos para a linguagem do cinema.
CM – Fala um pouco da tua experiência com o audiovisual.
TV - Eu trabalhei em televisão mais de vinte anos produzindo e editando material jornalístico. Sempre gostei da linguagem específica do audiovisual. Comecei antes de existir o vídeo tape, ou seja, eu fazia televisão ao vivo no Paraná. Depois, na TV Globo, no Rio, onde trabalhei por 15 anos, me especializei fazendo diversos programas e exercendo diversas funções.
CM – Fale sobre seu livro mais recente?
TV - Escrevi dois livros onde trato da vida e da obra do cearense Luiz Severiano Ribeiro, tanto como construtor da maior cadeia de cinemas (salas de exibição) do Brasil, quanto como produtor de filmes (chanchadas da Atlântida). Recomendo o recém-lançado O Rei do Cinema (Record), que pode ser encontrado em qualquer livraria. Por vários motivos, esta é uma parte da história do Brasil pouco conhecida.
CM - Gostaria que você relatasse fatos curiosos sobre salas de cinema.
TV - Numa certa medida, as salas de projeções acompanhavam a majestosa arquitetura dos cenários de Hollywood, nos anos 40 e 50. Era o tom grandiloqüente e espetacular. O Severiano Ribeiro abriu o primeiro cinema em 1917, em Fortaleza. Agora, em 2007, ou seja, noventa anos depois, a empresa administra 210 cinemas em várias cidades brasileiras. Por isso ele era O Rei do Cinema. A história do livro acompanha a evolução desta indústria. Na virada deste século, os cinemas foram afugentados das ruas e se refugiaram dentro dos shoppings. É a tendência dos tempos inseguros, onde todos procuram conforto e comodidade. Sem falar da televisão, que fez diminuir substancialmente as salas de projeções e as poltronas disponíveis. Então, o mundo virtual chegou.
CM – Quais são seus filmes e cineastas preferidos?
TV - Meus clássicos eternos: Cidadão Kane, de Orson Wells; Amarcord, de Fellini; Chinatow, Polanski; Apocalipse Now, de Coppola, e Blade Runner, de Ridley Scott. Homenagem especial a Charles Claplin.
CM – Quem é Toninho Vaz por Toninho Vaz.
Uma pessoa de sorte e feliz, que trabalha muito para manter este estado de equilíbrio. Sou incansável no trabalho e no prazer – e tive talento para encontrar amigos entre os artistas e artistas entre os amigos.
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