"Reis do Sagrado" de Lucas Müller, foto de Cesar Remedy a |
Não há dúvida que “Os Reis do Sagrado” representa um marco evolutivo no processo de criação do grupo “Os 13”, e traça uma linha de qualidade de suas realizações desde os primeiros filmes. O grupo, que sempre focou a linguagem cinematográfica como técnica, acima de tudo, produz, neste filme, um belo encontro entre arte, técnica e contribuição cultural para sua região. Com isso, “Os 13” se afirma com um documentário que destaca a tradição da Folia de Reis, da região dos lagos, como um evento importante no calendário cultural das cidades, tendo como ponto de encontro, a cidade de Cabo Frio, no interior do estado do Rio de Janeiro.
Um documentário enxuto, com 25 minutos e que traça um painel abrangente tanto do enquadramento da Folia de Reis como arte popular, como afirma Ricardo do Carmo, em seu depoimento muito bem captado, como alguém que esclarece o público ao afirmar tratar-se de uma “teatro de acontecimentos”. Junto com a informação, o filme de Lucas Müller, mergulha suavemente no humano, sem afirmar esse ou aquele discurso, apenas mostra nas expressões dos atores, os dados informativos mas também as contribuições culturais por fora e por dentro da realidade da Folia de Reis.
Embora o filme não tenha qualquer pretensão panfletária, presta um serviço relevante ao permitir que a fala dos mestres entrevistados, possa fazer eco à falta de apoio oficial e também à desestrutura cultural causada por discordâncias religiosas que acabam por relegar a cultura popular a último plano.
Como cinema, o filme mantém ótima angulação de câmera, sempre na altura do olho do expectador, tornando-se confortável o tempo todo. A cor está homogênea e o som mantém unidade do começo ao fim. A riqueza da cultura regional explode na tela em cores vivas e boa iluminação. Os cortes, na maioria das vezes, seco, apresentam um ou outro elemento narrativo proposto pelo movimento de câmera e o desfocamento sutil das imagens.
A calma na movimentação e o tempo calculado dos cortes faz a direção de fotografia de Marcelas Rimes e Alexandre Rocha, ganhar grande poder, resultando num trabalho sóbrio e bem apresentado. O saldo final, é que “Reis do Sagrado”, mereceu o prêmio de melhor curta documentário no 7º Festival Curta Cabo Frio, de 2013.
Esta obra audiovisual e deveria estar no currículo das escolas locais. Essa parceria entre educação e arte, mais especificamente, o cinema, pode dar um fôlego a um pensamento mais crítico sobre a ação do cidadão local sobre sua cultura e uma contribuição para ajudar a formar consciência e sentido coletivo nas comunidades onde a Folia de Reis ainda se manifesta.
Jiddu Saldanha - Coordenador do Projeto Cinema Possível.
Um documentário enxuto, com 25 minutos e que traça um painel abrangente tanto do enquadramento da Folia de Reis como arte popular, como afirma Ricardo do Carmo, em seu depoimento muito bem captado, como alguém que esclarece o público ao afirmar tratar-se de uma “teatro de acontecimentos”. Junto com a informação, o filme de Lucas Müller, mergulha suavemente no humano, sem afirmar esse ou aquele discurso, apenas mostra nas expressões dos atores, os dados informativos mas também as contribuições culturais por fora e por dentro da realidade da Folia de Reis.
Prêmio de melhor documentário regional no III Macaé Cine. |
Como cinema, o filme mantém ótima angulação de câmera, sempre na altura do olho do expectador, tornando-se confortável o tempo todo. A cor está homogênea e o som mantém unidade do começo ao fim. A riqueza da cultura regional explode na tela em cores vivas e boa iluminação. Os cortes, na maioria das vezes, seco, apresentam um ou outro elemento narrativo proposto pelo movimento de câmera e o desfocamento sutil das imagens.
A calma na movimentação e o tempo calculado dos cortes faz a direção de fotografia de Marcelas Rimes e Alexandre Rocha, ganhar grande poder, resultando num trabalho sóbrio e bem apresentado. O saldo final, é que “Reis do Sagrado”, mereceu o prêmio de melhor curta documentário no 7º Festival Curta Cabo Frio, de 2013.
Esta obra audiovisual e deveria estar no currículo das escolas locais. Essa parceria entre educação e arte, mais especificamente, o cinema, pode dar um fôlego a um pensamento mais crítico sobre a ação do cidadão local sobre sua cultura e uma contribuição para ajudar a formar consciência e sentido coletivo nas comunidades onde a Folia de Reis ainda se manifesta.