Ela vem ampliando cada vez mais seu trabalho com cinema. Gosta de formar equipe, se diverte fazendo o que gosta com grande profissionalismo e costuma “fazer a hora”; Vamos conhecer um pouco sobre Manu Castilho, nesta entrevista curta para o Cine Mosquito.
CM - Como foi que você começou a fazer cinema?
MC - Comecei a fazer cinema como atriz. Na época, eu estudava teatro na Martins Penna e meu namorado fazia Cinema na Estácio, o intercâmbio foi inevitável. Acabei participando de alguns curtas dele e depois servi de "cobaia" na aula de Direção de atores de algumas turmas, que também me chamaram prá atuar em seus projetos finais, mas nessa época já estava totalmente encantada pelo outro lado da câmera.
CM - Fala um pouco da tua experiência com o audiovisual.
MC - Depois disso participei de alguns filmes como continuísta, entrei na Escola de Cinema darcy Ribeiro e lá fiz still, continuidade, produção, direção de fotografia... Até chegar no que realmente me encantou que foi Direção de Arte, mas confesso que continuo tendo uma paixão louca por continuidade (uma coisa que a maioria dos cienastas não entende). Acho que trabalhei nuns 15 curtas, alguns nem foram editados, ficaram pelo caminho. Há 2 meses atrás terminei meu primeiro curta, o "Curtindo a vida armado", que foi uma super produção pros nossos padrões de cinema universitário: custou 5 mil reais, foram 20 locaçãoes, uns 6 meses de trabalho pesado tanto na pré-produção quanto na pós. A equipe também tinha umas 20 pessoas, cada um com escolas e referências diferentes, o que foi ótimo, enriqueceu bastante o filme e todos se deram muito bem, se escutavam, respeitavam as idéias e opiniões dos outros. Considero um trabalho realmente coletivo.
Queria falar também de dois diretores com quem trabalhei, o Paulo Mainhard e o Rodrigo Portella. Além de toda a parte técnica que eles me ensinaram (de direção de atores, fotografia, montagem), acho que o mais importante que aprendi na convivência com eles foi o idealismo, como eles percebem o cinema como uma arte coletiva e são tão generosos com a equipe e o elenco, a entrega que eles têm pelo trabalho, é como se cada filme fosse um casamento. Acho a curiosidade e a humildade deles facinantes também.
CM - Como você vê hoje, o panorama dos novos cineastas independentes surgindo no Brasil?
MC - Confesso que tô achando ótimo todo esse movimento que estamos tendo atualmente de cineclubes, mostras, festivais, youtube, Internet... Claro que é uma delícia ver seu filme projetado num cinema "de verdade", com a estrutura ideal para recebê-lo (som, tamanho da tela), mas é esse movimento "marginal" que está surgindo que nos permite ver tantas coisas diferentes, conhecer trabalhos dos mais diversos lugares, ter acesso a novos grupos e idéias. Claro que isso vem pela facilidade do digital, uma fita de uma hora custa 8 reais e você pode editar seu filme em casa, acho que mais importante que a tecnologia utilizada é o cuidado técnico e ter bem claro o que você quer dizer com aquilo.
CM - Quem é Manu Castilho por Manu Castilho?
MC - "EU ANDO PELO MUNDO PRESTANDO ATENÇÃO
EM CORES QUE EU NÃO SEI O NOME:
CORES DE ALMODÓVAR
CORES DE FRIDA KAHLO,CORES...
PASSEIO PELO ESCURO,
EU PRESTO MUITA ATENÇÃO NO QUE MEU IRMÃO OUVE
E COMO UMA SEGUNDA PELE, UM CALO, UMA CASCA,
UMA CÁPSULA PROTETORA
EU QUERO CHEGAR ANTES
PRA SINALIZAR O ESTAR DE CADA COISA
FILTRAR SEUS GRAUS
EU ANDO PELO MUNDO DIVERTINDO GENTE
CHORANDO AO TELEFONE
E VENDO DOER A FOME NOS MENINOS QUE TÊM FOME
PELA JANELA DO QUARTO
PELA JANELA DO CARRO
PELA TELA, PELA JANELA
(QUEM É ELA, QUEM É ELA?)
EU VEJO TUDO ENQUADRADO
REMOTO CONTROLE..."
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