terça-feira, 17 de julho de 2012

Andrei Tarkovski pode ter previsto o acidente nuclear de Chernobyl!!

A Obra de um cineasta que deixou um legado profundo na mente dos cinéfilos:
Stalker, um filme de 1979.
Tarkovski morreu em 1986, mesmo ano da tragédia de Chernobyl, coincidência ou não?
Seu filme, “Stalker”, realiza uma profecia do que iria ocorrer 7 anos depois na Ucrânia, na época, parte da extinta União Soviética. O desastre de Chernobyl pode, num certo sentido, ser comparado ao visual proposto no filme.
 “Stalker”  mostra uma terra devastada, numa região estranha, espécie de usina, ou fábrica, denominada de “Zona”, área para onde um cidadão comum e conformado vive à margem de tudo.  À espreita,  guia as pessoas para um lugar ermo, metáfora imperfeita da fonte dos desejos.
Este lugar, a “Zona” seria um espaço dentro de uma cidade “fictícia” onde, uma vez lá e dentro de um misterioso quarto,  os três personagens:  um Professor de física, um escritor e o guia, também conhecido como Stalker estariam prestes a realizar seus desejos mais profundos.  
Os diálogos filosóficos revelam a face de um Tarkóvski crítico, provavelmente, contra a opressão e a ditadura, indo além, contra uma região de sombra e descrença que habita o subterrâneo da alma humana.

Foragido da Ex-União Soviética, Tarkovski morreu em Paris, em dezembro 1986.
9 meses depois do acidente nuclear de Chernobyl. Seu filme "Stalker" rodado
em 1979, pode ter sido uma premonição daquele fatídico acontecimento...
O filme mostra um cenário caótico de tirar o fôlego, com cenas pinceladas por detalhes enriquecidos por uma trilha sonora perfeita e uma pesquisa de sons variados que dão um clima psicológico de ficção científica e cinema fantástico. 
Vale a pena ver e descobrir um cinema feito para engrandecer a alma humana...

FICHA TÉCNICA

Título: Stalker
Título original: Stalker
Direcão: Andrei Tarkovsky
País: Alemanha Ocidental e União Soviética
Ano: 1979
Estréia: 01/08/1979
Duração: 163 min.
Genero: Drama, Aventuras, Ficção Científica e Cinema Fantástico
Elenco: Aleksandr Kaidanovsky, Alisa Frejndlikh, Anatoli Solonitsyn, Nikolai Grinko, Natasha Abramova, Faime Jurno, Ye. Kostin, R. Rendi
Roteiro: Andrei Tarkovsky, Arkadi Strugatsky, Boris Strugatsky
Produtora: Mosfilm, Gambaroff-Chemier Interallianz.

domingo, 1 de julho de 2012

O Palhaço - O Discurso de uma Vocação!


"O Palhaço" direção e atuação impecável
de um jovem cineasta, Selton Mello

O Filme “O Palhaço” de Selton Mello foi mais uma feliz surpresa do cinema nacional! Desses filmes que deixam uma lembrança, uma imagem, não do circo enquanto linguagem apenas mas de um circo que arma lonas dentro da gente. Foi assim que me senti pelas duas vezes em que vi  o filme. Uma reflexão sobre a vocação do artista, a grandeza da arte na simplicidade cotidiana de uma profissão, outrora, desprezada e que hoje goza até de um certo glamour, a profissão do palhaço.
Impossível não ir nas referências e reminiscências, “O Palhaço” é mais que um filme, é um engajamento na busca do ser artístico e foi assim que me percebi o tempo todo enquanto sentia as fisgadas de todo aquele processo de solidão envolto numa profunda melancolia. Selton, certamente pode contar com uma ótima equipe, a direção de arte, a fotografia, os tons amarelados como se fosse decalque, uma espécie de película sobre a película cinematografia.
Paulo José, Teuda Bara, Moacir Franco, Ferrugem... nossa! Quanta surpresa, tudo no filme tem história, as músicas de uma profunda poesia e a marca indelével da melancolia que aferra cada lugar por onde o circo “Esperança” passa.  Uma viagem pelo universo cultural dos anos 60/70 mostrando uma época, um passado, um Brasil sem celuar, sem internet e que pude viver um pedacinho.

Paulo José, a afirmação de um mestre, num dos mais belos filmes de sua
carreira - "O PALHAÇO".
Mas o filme se torna arquetípico quando mostra a realidade do profissional de circo e que, no fundo, somos todos nós, com nossas indecisões. Querer ser artista e ao mesmo tempo desejar ter uma vida mais “segura” com um emprego fixo, uma vida “normal”, pegar ônibus, ir ao trabalho, encontrar um amor. Enfim... um roteiro feliz e inesquecível!
(Jiddu Saldanha)

FICHA TÉCNICA

Diretor: Selton Mello
Elenco: Selton Mello, Paulo José, Giselle Indrid, Larissa Manoela, Teuda Bara, Erom Cordeiro, Cadu Fávero, Maíra Chasseraux, Thogun, Hossen Minussi, Alamo Facó, Tony Tonelada, Bruna Chiaradia, Renato Macedo
Produção: Vânia Catani
Roteiro: Selton Mello, Marcelo Vindicatto
Fotografia: Adrian Teijido
Trilha Sonora: Plínio Profeta
Duração: 90 min.
Ano: 2011
País: Brasil
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Bananeira Filmes
Classificação: 10 anos

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