quarta-feira, 4 de março de 2009

RAVI ARRABAL – Cabo Frio /RJ

Jornalista, ator e apaixonado por cinema, Ravi Arrabal é antenado e atuante. Vamos conhecê-lo um pouco nesta entrevista curta.

Ravi Arrabal - 2009

Cine Mosquito - Ravi, fico curioso em saber qual é, de fato, a relação que a tua geração tem com o cinema enquanto arte e linguagem, fale um pouco disso!

Ravi ArrabAl - A minha geração, pelo menos a nascida após 85, tem uma relação muito intensa com o cinema. Nós vimos crescer o advento das babás eletrônicas, e muitos de nós fomos criados de olho na tela de tv acompanhando, mesmo que por osmose, todas as (re)-evolucões digitais. Enquanto arte temos o cinema como um espelhamento de nossas relações cotidianas, quando muitos se vêem nos personagens ali na tela, ora adotando para si, gostos, gestos, trejeitos, vícios, falas.
Enquanto linguagem, nos apropriamos de seu caráter não linear, cortes secos, mudança de planos e ação. Muita ação. Seja nas relações não lineares via MSN, seja na constante busca por diversos estímulos. O cinema trouxe para nós um mundo compartilhado, baseado em simulações.

CM – Fala um pouco da tua experiência com o audiovisual.

RA - Comecei ainda quando criança, brincando com câmeras vhs, s-vhs. Eu e o Mainhard gastávamos nossas tardes fazendo pequenos filmes simplistas, e também em casa fazendo truques de mágica com meus irmãos (tudo baseado no stop-and-go da câmera). Também por fazer teatro, sempre estive muito ligado e interessado em artes dramáticas, buscando conhecer e ler de tudo um pouco. Com o passar dos anos, fui me aprimorando sensível e tecnicamente, até que surgiu a vontade/necessidade de começar a praticar aquela até então brincadeira com um pouco mais de seriedade. Mesmo que só um pouco. Hoje em dia tenho tido oportunidade de por em prática todas essas questões sensíveis, e junto à parcerias fundamentais, construir um pouco da história do cinema de Cabo Frio.

CM – Fale um pouco do panorama cinematográfico de Cabo Frio.

RA - A cidade está passando por um momento interessantíssimo, com o surgimento recente de diversos grupos e amantes do cinema, que estão buscando explorar diversas linguagens, especialmente no âmbito dos curta-metragens. Há uns anos, o único que se poderia considerar cineasta era o ex-secretário de cultura Milton Alencar, que apesar de ter um cargo que cabia um ação efetiva, pouco incentivou a prática e o aprendizado desta arte na cultura cabofriense. À partir daí, muitos por iniciativa pessoal, começaram individualmente a dar os seus primeiros passos. Nesses últimos 2, 3 anos, o surgimento do Taberna Filmes, do projeto Cinema Possível, os cineclubes organizados pela TRIBAL (Cinetribal), mais a chegada de outros cursos e oficinas de cinema (Oficina Tela Brasil e Humano Mar) tem impulsionado e divulgado ainda mais esse "cinema novo" cabofriense!

CM – Quem são ou foram seus filmes e cineastas preferidos?

RA - Pergunta cruel. Impossível de responder... Me pergunto isso todo dia, e não consigo fazer uma lista, um top 10. Seria injusto, e deixaria muito filme e cineasta bom de fora! rsrs

CM – Quem é Ravi Arrabal por Ravi Arrabal?

RA - Um móbile solto no furação.
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